quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Apesar da eliminação em casa na Copa do Brasil, fica a esperança pelo futebol competitivo do Náutico

Jogadores lutaram ao máximo, mas não obtiveram o resultado. A torcida reconheceu e aplaudiu ao final. Agora é trabalhar e focar no Pernambucano e Copa do Nordeste

Explosão da torcida do Náutico ao comemorar a abertura do placar. Diga-se de passagem, apoiou a equipe os 90 minutos. Foto: José Gomes Neto/CTN

Fica muito difícil para o torcedor assimilar uma desclassificação da maneira como foi a do Náutico, na Copa do Brasil 2020, nos Aflitos. Todo um ambiente e clima favoráveis, apesar dos transtornos extracampo provocados por terceiros ao Clube.


Mas, infelizmente, o time não teve a devida competência para concretizar em gols duas chances cruciais que teve, após o jogo estar empatado por 1 a 1, nos 90 minutos do confronto único ante o Botafogo-RJ. 

O time do Náutico demonstrou muita raça e espírito competitivo durante o jogo contra o Botafogo, nos Aflitos. Foto: José Gomes Neto/CTN



A primeira com o experiente meia Jorge Henrique, que furou uma jogada incrível, debaixo da barra, após cruzamento de Hereda. Em compensação, ele lançou o atacante Erick numa jogada que também poderia selar a sorte do Náutico com uma brilhante classificação à 3ª fase da competição nacional.





Porém, ao invés de tentar driblar o goleiro adversário antes de finalizar, dessa vez Erick optou por concluir em cima do defensor botafoguense. Aliás, quando não é pra driblar, então ele costuma abusar desse recurso. Vá entender...




Não quero aqui transferir a culpa do resultado apenas para esses dois atletas. O conjunto é quem vence, empata ou perde, mesmo com as falhas individuais. Eis o paradoxo do futebol, que ainda é um desporto coletivo, sim! 


Vibrante e participativa, a torcida do Náutico foi o 12º jogador durante os 90 minutos do embate ante o Boatafogo-RJ. Foto: José Gomes Neto/CTN



Porém, não adianta mais lamentar. Já passou. Não volta mais. O não faturamento da milionária cota de R$ 1,5 milhão também fará muita falta, não há nenhum argumento contrário. 


No entanto, o que fica de positivo é a forma competitiva como o Náutico encarou um adversário do porte da Série A. E o reconhecimento da própria torcida aconteceu, ao final das disputas de pênaltis. Assim como dos atletas adversários, que elogiaram a postura do Timbu na peleja.

Jogadores recebem apoio da torcida, mesmo com a eliminação do Náutico na Copa do Brasil 2020. Foto: José Gomes Neto/CTN



Agora, é corrigir as falhas apresentadas e partir firme e focado para as competições nas quais o Náutico tem a disputar, e que está bem. Na Copa do Nordeste é vice-líder do grupo B. No Pernambucano, idem, mas com uma partida (e cinco pontos) a menos que o líder. 

KIEZA


O fato é que o atacante Kieza fez muita falta nesse período de ausência. Que retorne firme e em condições plenas para colaborar com a volta por cima do Náutico na temporada.


Avante, NÁUTICO! 

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

A vitória do caos

A falência de um sistema que não admite que falhou ou que perdeu o controle sobre a situação
Os pontos desencontrados no infinito materializando a abstração da figuração do caos. Foto: Intenet

As ações de integrantes de torcidas organizadas nas ruas do Recife, quando promovem sistematicamente o caos aonde quer que vão, nos traz à tona uma triste constatação: a vitória do caos.


Não seria oportuno afirmar isso aqui, caso não tivéssemos inúmeros e consistentes episódios, ao longo de mais de duas décadas, em bairros onde ficam sediados os três grandes clubes da capital pernambucana, nos dias de jogos.


Moradores e transeuntes dos bairros dos Aflitos, do Arruda e da Ilha do Retiro ficam numa ansiedade e preocupação. Em alguns casos, entram em desespero quando estão ante a expectativa que envolve partidas entre Náutico, Santa Cruz e Sport, respectivamente. 


Como se fora um câncer social em metástase, as investidas deixaram de ser apenas nos dias de jogos e somente na capital pernambucana. Elas acontecem também no Agreste, mais precisamente em Caruaru, envolvendo o Central.


Não bastasse esse cenário sombrio e obscuro no qual se encontra mergulhada a sociedade brasileira, depoimentos como o do presidente da Federação Pernambucana de Futebol, acirram os ânimos e endossam um discurso de ódio. O que piora ainda mais o já combalido quadro sócio-político-econômico social nacional. 

"Era para ter atirado neles" 


Apesar da promulgação da Lei Federal 10.671 de 15 de maio de 2003, popularmente chamada e conhecida por Estatuto do Torcedor, o poder público (nas três esferas) preferiu se ausentar do processo e esperar os ânimos arrefecerem. O que não aconteceu.

Estatuto do Torcedor  


Por sua vez, os clubes não se sentem co-partífices nesse contexto. A responsabilidade social de uma instituição sócio-esportiva está sim ligada ao que ocorre nas ruas. Afinal, eles dizem torcer e apoiar as respectivas cores de cada agremiação indiretamente envolvida. 
E já foram muito úteis quando eram utilizadas como base eleitorais, em especial nos anos de 1990 e 2000. Aliás, muito menos ainda alguns dos atuais políticos, que muitas vezes continuam a adotar esses grupos como sua base eleitoral. 
Enquanto cada um desses segmentos se esquiva da responsabilidade que têm, sobra para o cidadão comum. Seja ele adepto ou não do futebol. Como se trata de um desporto que agrega massas, o futebol está visceralmente ligado à cultura nacional.   


Dito isso, o equívoco está em achar que a solução para essas ondas de violência serão resolvidas com ainda mais violência. Justamente da parte de quem deveria cuidar e preservar as garantias constitucionais e os direitos sociais.


Atirar à revelia em direção a um grupo de vândalos não vai dirimir as sérias e ausentes questões sociais de base. Antes de punir é preciso educar. Sem oportunidade, o que resta a essas pessoas, na sua brutalidade e sociopatia, é escancarar a sua essência de viver e de estar à margem do sistema.


O problema não está no escudo de um clube de futebol. Mas na bandeira de exclusão de um processo social.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Com três vitórias seguidas na temporada, Náutico começa a encaixar equipes

Treinador timbu se adapta ao calendário e fomenta duas formações ao time
A rotatividade nas equipes do Náutico se deve ao calendário e quantidade de jogos entre as competições. Foto: José Gomes Neto/CTN

Invicto nas duas competições oficiais da temporada 2020, o Náutico empatou os dois primeiros jogos e ganhou os outros três seguidos. 

Depois de provocar a ira da torcida pelos resultados iniciais considerados ruins, o alento pela melhora do futebol apresentado aliado aos resultados positivos conquistados amenizou o clima nos Aflitos.


Foram três partidas pelo Pernambucano: Sport (1 a 1, nos Aflitos); Petrolina (0 a 1, no Sertão) e Decisão (4 a 0, em casa) e duas pela Copa do Nordeste: River-PI (1 a 1, no Estádio Eládio de Barros Carvalho) e Freipaulistano-SE (0 a 2, em Itabaiana-SE). 

Se considerarmos os jogos de 2019, e ainda os da pré-temporada 2020 (amistosos contra ABC e Treze), desde o dia 22 de setembro que o Náutico não perde. Aquele foi o jogo da volta pelas semifinais da Série C, quando o Timbu venceu o Juventude-RS por 2 a 1, nos Aflitos (nos pênaltis conquistou a vaga às finais).

Náutico está numa série de invencibilidade desde a partida contra o Juventude-RS por 2 a 1, pela semifinal da Série C 2019. Foto: José Gomes Neto/CTN


Porém, eu considero apenas os jogos oficiais, ou seja, os três últimos da campanha vitoriosa da Série C (Juventude nos Aflitos; Sampaio Corrêa também em casa - 3 a 1 -; e no Castelão, em São Luís-MA, 2 a 2) e os cinco deste ano: oito partidas de invencibilidade. 

Se for contar com os três amistosos (ABC nos Aflitos, 1 a 1; Treze em Campina Grande, 0 a 0; e em casa, 1 a 1), então a conta sobre para 11 partidas sem perder. 

Por opções táticas, imposições de tabelas (datas de jogos sem o intervalo necessário de 66 horas entre as disputas), e impedimentos clínicos, como no caso recente do atacante Kieza (que ficará em tratamento dos ligamentos do tornozelo esquerdo por quatro a seis semanas), o técnico Gilmar Dal Pozzo começa a alternar atletas durante as competições. 

Entre perdas como a do volante Josa e dos atacantes Kieza e Álvaro, além do meia Jorge Henrique; e o retorno do zagueiro Rafael Ribeiro e logo mais do lateral Hereda, ainda na transição; o rodízio dos atletas vai acontecendo em ritmo acelerado.


ESCALAÇÕES 

Escalação do Náutico na rodada de abertura do Pernambucano, num domingo, 19 de janeiro de 2020, nos Aflitos, no empate por 1 a 1 no Clássico das Emoções (gol contra do zagueiro Chico):

Jefferson; Hereda, Rafael Ribeiro (Diego), Fernando Lombardi e Willian Simões; Josa, Rhaldney (Erick) e Jean Carlos; Matheus Carvalho, Álvaro (Jorge Henrique) e Salatiel.

Depois, no dia 23 de janeiro, uma quarta-feira, novamente nos Aflitos, novo empate por 1 a 1 (gol de Matheus Carvalho), contra o River-PI, mas agora pela estreia na Copa do Nordeste:

Jefferson; Bryan, Fernando Lombardi, Ronaldo Alves e Wilian Simões; Josa (Luanderson), Rhaldney (Wagninho) e Jean Carlos; Matheus Carvalho, Álvaro (Kieza) e Salatiel.

Na sequência, num domingo, 26 de janeiro, no Sertão, o Timbu encarou e venceu o Petrolina por 1 a 0 (gol de Erick), pela 2ª rodada do Estadual:

Marcão; Bahia, Ronaldo Alves, Diego Silva e Erick Daltro (Itambé); Wagninho, Luanderson e Jorge Henrique (Lucas Paraíba); Erick, Jefferson Nem e Salatiel (Guillermo Paiva).

De volta aos Aflitos, pela 3ª rodada do Pernambucano, numa noite de quarta-feira, 29 de janeiro, o time goleou o Decisão por 4 a 0 (gols de Kieza, 2; Jean Carlos e Matheus Carvalho) com esta formação:

Jefferson; Bryan, Diego Silva, Ronaldo Alves e Wilian Simões; Luanderson, Wagninho (Rhaldney) e Jean Carlos (Álvaro); Matheus Carvalho, Erick e Kieza (Guillermo Paiva).

Por fim, a primeira vitória fora do Recife: 2 a 0 (gols de Guillermo Paiva e Fernando Lombardi) no Freipaulistano-SE, a segunda da temporada, mas pela Copa do Nordeste:

Jefferson; Bryan, Fernando Lombardi, Ronaldo Alves e Wilian Simões (Erick Daltro); Luanderson, Rhaldney e Jean Carlos; Erick (Lucas Paraíba), Matheus Carvalho e Kieza (Guillermo Paiva).

O atacante paraguaio Guillermo Paiva tem se destacado nos jogos do Náutico, com gol e assistência. Foto: Caio Falcão/CNC


Jogadores que mais atuaram pelo Náutico em 2020:


GOLEIROS

Jefferson (4 jogos) e Marcão (1 jogo)



LATERAIS:

Bryan (3 jogos)

Hereda (1 jogo)

Erick Daltro (1 jogo e duas no decorrer)

Wilian Simões (4 jogos)


ZAGUEIROS

Rafael Ribeiro (1 jogo)

Diego Silva (1 jogo e outro no decorrer) 

Fernando Lombardi (3 jogos)


VOLANTES

Josa (2 jogos)*

Luanderson (3 jogos e outro no decorrer)

Wagninho (2 jogos e outro no decorrer)

Rhaldney (3 jogos e outro no decorrer)



MEIAS

Jean Carlos (4 jogos)

Matheus Carvalho (4 jogos)

Lucas Paraíba (2 no decorrer)



ATACANTES

Álvaro (2 jogos)*

Salatiel (3 jogos) 

Jorge Henrique (1 jogo e outro no decorrer)*

Erick (3 jogos e outro no decorrer)

Kieza (2 jogos e outro no decorrer)*

Guillermo Paiva (2 no decorrer)

Jefferson Nem (1 jogo)

(*) Atletas em recuperação por contusão