Em 30 dias, a torcida foi da euforia pela conquista do bi estadual à angústia do Z-4
A torcida do Náutico fez a festa com a conquista do bicampeonato estadual após 19 anos e dois meses. Foto: José Gomes Neto/CTN |
Há 30 dias, a torcida do Náutico estava eufórica, a comemorar a conquista do bicampeonato estadual depois de reverter a vantagem do Retrô, com vitória nos 90 minutos e nos pênaltis, na Arena de Pernambuco.
Porém, um mês depois, o sentimento é o inverso. A angústia por uma campanha medíocre na Série B 2022 e a perda gradativa de atletas por contusão a cada partida é o quadro desolador que predomina nos Aflitos. A mais recente foi o atacante Luis Phelipe, que sentiu o adutor da coxa esquerda.
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Em cinco jogos nos Aflitos, o Náutico venceu apenas um. Foto: Tiago Caldas/CNC |
O técnico Roberto Fernandes tem sido bastante cobrado pelos maus resultados do Timbu até aqui nesta que é considerada como a Série B mais difícil da era dos pontos corridos. Em nove rodadas, apenas duas vitórias. Um aproveitamento pífio. Tanto é assim que o time está na zona de rebaixamento, na 17ª posição, com 9 pontos, três empates e quatro derrotas.
O ataque balançou as redes apenas seis vezes, enquanto a defesa amarga uma média de um gol por jogo. Por sinal, um dos principais problemas da equipe pode ser considerado justamente o fraco desempenho do setor ofensivo. O time até cria oportunidades, mas o “detalhe” não acontece. E sem fazer gol, convenhamos, é impossível vencer os jogos.
Nem mesmo o fator Aflitos tem feito a diferença a favor do Náutico. A equipe perdeu em casa para Bahia e Cruzeiro (ambas por 1 a 0), e empatou contra Guarani e CSA (mesmos placares: 1 a 1). Somente uma vez o triunfo foi comemorado e a sirene ouvida pela torcida no Eládio de Barros Carvalho: 2 a 0 ante o Operário.
Torcida timbu comemorou vitória do Náutico apenas uma vez nos Aflitos. Campanha é frustrante. Foto: José Gomes Neto/CTN |
Fora de casa, o Náutico estreou na Segundona com derrota para o Londrina por 2 a 0, no Estádio do Café, no interior do Paraná. Depois, perdeu para o Vila Nova (2 a 0), em Goiânia, e empatou sem gols com o Ituano, na última rodada.
Destaque para a única vitória fora do Recife, quando o Timbu ganhou do CRB, de virada, por 2 a 1, no Rei Pelé, em Maceió. Sem oito titulares, naquela ocasião, o time apresentou um futebol competitivo e raçudo. No nível em que se espera para encarar uma Série B cascuda como a desta edição.
Como mostra e atesta a experiência, a Série B de pontos corridos, desde 2006, oscilações são esperadas ao longo de 38 rodadas. Mas é importante frisar que os times se reforçam ou se fragilizam, justamente com as janelas de negociações de atletas.
Com a perda do lateral Bryan nesta temporada, que novamente apresentou problema no joelho direito, a equipe ficou desfalcada não apenas um bom lateral (destaque na partida ante o Cruzeiro), mas um jogador versátil, que faz e muito bem outras funções táticas.
O zagueiro Camutanga é outra perda com data pré-definida. Só que ele será negociado junto ao Atlético-GO, e se despedirá a partir da segunda quinzena de julho.
As reposições das perdas serão obrigatórias. Mas o problema consiste em recurso para buscar jogadores de qualidade. Quantidade já temos até demais no elenco.
Há uma grande expectativa quanto ao retorno do atacante Kieza, por exemplo. Isso porque o setor está carente, pois Léo Passos e Amarildo se perderam no caminho do gol.
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Atacante Kieza é a esperança de gols e vitórias do Náutico na Série B 2022. Foto: Tiago Caldas/CNC |
Ainda dá tempo de emplacar uma reviravolta. Mas o tempo urge e não espera por ninguém. Se o acesso está complicado e praticamente descartado, devido às circunstâncias até aqui, não se pode baixar a cabeça e se conformar com uma queda à Série C.
Um retrocesso desses seria o caos para o Náutico.
Tá na hora de buscar a reação, Timbu!