quarta-feira, 28 de junho de 2017

Pacto pelo Náutico: um gesto de bom senso

A esperança de uma nação está depositada neste pacto. Foto: Internet
Em situações de desespero, o homem supera suas adversidades, vergonhas, medos, vaidades e luta. Luta como um animal que é, pela sua sobrevivência. E se o inimigo for muito forte, aceita de bom grado a ajuda de todos os inimigos de seus inimigos – por ora, seus amigos.


Sem romantismo, é isso que está acontecendo com o Náutico neste instante. Passando por uma crise violenta dentro e fora dos gramados, com uma gestão que era temerária no ano passado, e que hoje nem sei mais como definir, faltando um peteleco para cair para a Série C, surge um sopro de esperança verdadeiro: um pacto pela paz (e pelo progresso, se tudo correr bem).


Não, Ivan Brondi não se retirou do espetáculo, continua no seu papel de manequim na vitrine da presidência. Mas pelo menos teve o bom senso de aceitar uma espécie de cogestão com os futuros mandatários do Náutico, Edno Melo e Diógenes Braga, com a benção e a costura do Conselho Deliberativo na pessoa do presidente Gustavo Ventura. Nesta quinta-feira (29) todos eles devem dar uma coletiva anunciando detalhes dessa cogestão (que espero não se transformar em congestão).


Não é exagero dizer que essa é a salvação imediata possível do Clube. Sobrando dívidas e faltando dinheiro e resultados em campo, e com mais uma coleção de problemas menores, ou o Conselho Deliberativo entrava com tudo na administração ou no final do ano não haveria eleição simplesmente porque não haveria mais Náutico.


O pacto é muito bem-vindo, a torcida agradece e torce para que seja exitoso. Claro, precisamos saber direito como isso vai funcionar, o que deve ser explicado na coletiva. Ninguém quer a falência do Clube, ninguém quer vê-lo rebaixado à Série C – por isso, inimigos do inimigo estão se unindo, esquecendo momentaneamente as diferenças em prol da sobrevivência. É digno. E ainda pode levar a uma paz verdadeira em breve, sem uma causa desesperada que a exija. Tomara que seja sinal de novos tempos mesmo. Eu torço.

sexta-feira, 23 de junho de 2017

A prioridade deveria ser o Náutico

A fogueira das consequências está queimando no Náutico, mas não é em homenagem a São João. Foto: Internet
A temporada se desenha da pior forma possível. Lanterna da Série B, o Náutico tem a sua campanha historicamente negativa, desde a era dos pontos corridos, ou seja, desde 2006.

Em meio aos caos de falta de planejamento e prioridades, o Clube enfrenta tormentas das mais variadas. Causas trabalhistas que voltaram a ameaçar o leilão da Sede; falta de verba para pagar salários de funcionários e jogadores; coleção de treinador e a formação de uma equipe durante a competição mais importante da temporada.

Como se não bastasse, agora existe a questão do mando de campo. São Lourenço da Mata se tornou inviável sob todos os aspectos. E não é novidade para mais ninguém. Distante, sem mobilidade, sem segurança e preços abusivos. Só funciona, se é que funciona mesmo, para o gestor daquele equipamento “multiuso”.

O estádio municipal de Olinda Grito da República não está apto para jogos oficiais. Sem gramado, iluminação e estacionamento adequado, sobrou para o Náutico garantir a manutenção e utilização daquela praça esportiva.

A rua é sem saída para o Náutico. Caso venha a se livrar da Arena, vai ter que abraçar outra causa perdida. Ceder os refletores do CT Wilson Campos para o estádio olindense, além de funcionário para fazer a manutenção do gramado, por exemplo, é o fim da picada.

Para completar a lista de desmandos, a provável negociação do meia-atacante Erick para um clube português. Destaque do time na temporada, ele não deveria servir de paliativo para sanar dívidas provocadas pela nítida falta de planejamento.

Falta determinar as prioridades no Náutico. A mais urgente, permanecer na Série B. Depois, valorizar o patrimônio e a base. O resultado seria uma natural consequência. E não uma emergência para apenas tapar buracos provocados pela má gestão do Executivo.

Apesar de tudo, ótimo São João à família alvirrubra!





 

quinta-feira, 15 de junho de 2017

O Náutico de todas as apostas

Novo treinador alvirrubro irá acompanhar o Náutico em Varginha-MG, mas só assume equipe na 9ª rodada da Série B. Foto: Jornal Pioneiro/RS
Trocar de ares sempre faz bem a qualquer um. Assim sendo, após mais um revés - a quinta derrota em sete jogos na Série B 2017-, a diretoria de futebol do Náutico resolveu ouvir o clamor das arquibancadas: substituir o treinador.

Mas isso não é problema para quem não faz planejamento, não tem visão de longo prazo, dinheiro e nem compromisso para com o Náutico. De técnico em técnico (Waldemar Lemos foi o sexto, em 18 meses da gestão Marcos Freitas/Ivan Brondi), o time (?) vai se afundando para o desfecho trágico que vem sendo essa gestão: a Série C.

A temporada de 2016 começa com a contratação de Gilmar Dal Pozzo. Para quem não sabe, ou lembra, o seu contrato foi encerrado em dezembro de 2015. Depois, Dal Pozzo fora sucedido por Alexandre Gallo, que fora substituído por Givanildo Oliveira (assumiu o time para as 15 rodadas finais da Série B 2016).

Contratado ainda em dezembro de 2016, Dado Cavalcanti iniciou a temporada 2017. Após fracassos, veio o seu substituto, Milton Cruz, que teve que dar lugar ao atual ex-treinador Waldemar Lemos.

Os erros cometidos na temporada passada só se repetem. Agora, com mais intensidade. O Náutico sequer se tem um time pronto para disputar uma Série B. Enquanto chega mais um treinador, outros jogadores vão indo embora, mais uma vez.

O novo treinador vem lá do Rio Grande do Sul, Beto Campos. Respaldo de uma boa passagem no Novo Hamburgo, onde foi campeão gaúcho de 2017. Porém, lá ele contribuiu para compor o grupo.

Mas, e aqui no Náutico, o que esperar dele? Será sua primeira passagem por um clube fora daquele estado sulista. Pedir ainda mais paciência à torcida? Aguardar o período de conhecimento do grupo e adaptação? A tabela não vai esperar pelo Náutico.

Faltam 31 jogos. É muito? Sim e não. Nos sete iniciais, foram 21 pontos disputados e apenas dois conquistados. Em dois empates em casa. Digo, em São Lourenço da Mata. Nenhuma vitória e nem futebol convincente.

Não bastassem as pífias participações do Náutico nas três competições anteriores: Copa do Nordeste, Copa do Brasil e Pernambucano; agora existe esse fato novo. Dirigentes foram convidados a deixar suas funções e outros assumiram.

Mas a conduta previsível e sem resultados novos permanece.  Há quem fale em união, chegar junto para ajudar. Mas, como? De que forma?

É preciso haver um planejamento. Se ter critério nas contratações de jogadores. A base deve servir de suporte, e não de solução emergencial - sendo desprestigiada e banalizada.

Se é para apostar, que se abra um cassino. Futebol é jogo. Mas, o profissional, requer o mínimo de planejamento. Obedecendo o orçamento disponível. Com critério e responsabilidade. Além do comprometimento dos envolvidos, é claro. De todos!