quarta-feira, 27 de abril de 2016

Perdidos nos Aflitos

O Náutico perdeu o título do Pernambucano 2016; o presidente do Clube perdeu sua pretensa unidade de grupo gestor; a diretoria de futebol perdeu sua pretensa credibilidade junto à torcida; a gestão perdeu o carimbo de profissionalismo que tanto tentou empregar e que lhe deu a eleição; o time perdeu seu gerente, Alexandre Faria, e seu técnico, Dal Pozzo, que está com a saída decidida, anunciada e postergada por mais dois jogos; e a torcida perdeu a paciência.

No Náutico, todos perderam muito nos dois últimos dias. Acabou a lua de mel.

A perda de título, por si só, é motivo para tantas perdas, tanta confusão? De jeito nenhum. Claro que a gente (alvirrubro) queria levantar o troféu de campeão de qualquer coisa, nem que fosse do Pernambucano, depois do longo jejum que atravessamos. Óbvio que queremos títulos; isso nem se discute. Há revolta da torcida sim, mas não suficiente para causar tsunami.

O furacão que fez estrago mesmo foram os erros da gestão que ficaram evidenciados. Acostumados a fazer pressão – e como fizeram nos dois últimos anos! – Marcos Freitas & Cia Ltda, pela primeira vez sentiu o peso da pressão do cargo. E olha que, ao contrário do que se viu na gestão de Glauber Vasconcelos, a atual gestão tem ampla simpatia da imprensa, tem um Conselho que está trabalhando como Conselho e não como opositor, tem muito mais dinheiro em caixa, tem menos passivo para arrancar-lhe o juízo. E o principal: só tem quatro meses de trabalho.

O hábito de agir nas sombras, vazando informações para a imprensa (verdadeiras e falsas) e fomentando intrigas dentro dos Aflitos e até no CT, causou o inesperado: Alexandre Faria pediu demissão e saiu atirando contra a diretoria de futebol. Diretoria esta, aliás, que se escondeu por trás de um funcionário (Alexandre) para gerir suas responsabilidades e se escondeu atrás de outro (Fabiano Eller, que sequer jogou a última partida) para falar sobre a derrota. Fraca, amadora e terceirizada diretoria de futebol.

Aí vem o presidente Marcos Freitas. Soube-se agora que ele estava afastado para tratar da saúde. Diante do fracasso na semifinal do Pernambucano, ele decide manter o técnico e vai contra a decisão da diretoria de futebol, que age “por fora” para forçar sua opinião. Resultado: ambos perderam, pois Gilmar ficou, mas não ficou. Ficou por pouco tempo e só mesmo o profissionalismo dele vai garantir algum empenho para que o Náutico consiga vencer o Salgueiro e ir para a Copa Nordeste, em 2017. Sinceramente, leitor: depois da queimação que Dal Pozzo sofreu, dá pra esperar dele tanto empenho quanto o que precisamos?


O estrago está feito. Fim da lua de mel, vamos começar a rotina de um casamento feito para durar dois anos. A gente agora conhece a noiva e já teve as primeiras decepções; a noiva também nos conheceu, e também se assustou com o que viu. Que sejamos felizes enquanto dure.

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