O Náutico perdeu o título do Pernambucano 2016; o presidente do Clube perdeu
sua pretensa unidade de grupo gestor; a diretoria de futebol perdeu sua
pretensa credibilidade junto à torcida; a gestão perdeu o carimbo de profissionalismo
que tanto tentou empregar e que lhe deu a eleição; o time perdeu seu gerente,
Alexandre Faria, e seu técnico, Dal Pozzo, que está com a saída decidida,
anunciada e postergada por mais dois jogos; e a torcida perdeu a paciência.
No Náutico, todos perderam muito nos dois últimos dias. Acabou a lua de
mel.
A perda de título, por si só, é motivo para tantas perdas, tanta
confusão? De jeito nenhum. Claro que a gente (alvirrubro) queria levantar o
troféu de campeão de qualquer coisa, nem que fosse do Pernambucano, depois do
longo jejum que atravessamos. Óbvio que queremos títulos; isso nem se discute.
Há revolta da torcida sim, mas não suficiente para causar tsunami.
O furacão que fez estrago mesmo foram os erros da gestão que ficaram
evidenciados. Acostumados a fazer pressão – e como fizeram nos dois últimos
anos! – Marcos Freitas & Cia Ltda, pela primeira vez sentiu o peso da
pressão do cargo. E olha que, ao contrário do que se viu na gestão de Glauber
Vasconcelos, a atual gestão tem ampla simpatia da imprensa, tem um Conselho que
está trabalhando como Conselho e não como opositor, tem muito mais dinheiro em
caixa, tem menos passivo para arrancar-lhe o juízo. E o principal: só tem
quatro meses de trabalho.
O hábito de agir nas sombras, vazando informações para a imprensa
(verdadeiras e falsas) e fomentando intrigas dentro dos Aflitos e até no CT,
causou o inesperado: Alexandre Faria pediu demissão e saiu atirando contra a
diretoria de futebol. Diretoria esta, aliás, que se escondeu por trás de um
funcionário (Alexandre) para gerir suas responsabilidades e se escondeu atrás
de outro (Fabiano Eller, que sequer jogou a última partida) para falar sobre a
derrota. Fraca, amadora e terceirizada diretoria de futebol.
Aí vem o presidente Marcos Freitas. Soube-se agora que ele estava
afastado para tratar da saúde. Diante do fracasso na semifinal do Pernambucano, ele decide
manter o técnico e vai contra a decisão da diretoria de futebol, que age “por
fora” para forçar sua opinião. Resultado: ambos perderam, pois Gilmar ficou,
mas não ficou. Ficou por pouco tempo e só mesmo o profissionalismo dele vai
garantir algum empenho para que o Náutico consiga vencer o Salgueiro e ir para
a Copa Nordeste, em 2017. Sinceramente, leitor: depois da queimação que Dal Pozzo
sofreu, dá pra esperar dele tanto empenho quanto o que precisamos?
O estrago está feito. Fim da lua de mel, vamos começar a rotina de um
casamento feito para durar dois anos. A gente agora conhece a noiva e já teve
as primeiras decepções; a noiva também nos conheceu, e também se assustou com o
que viu. Que sejamos felizes enquanto dure.
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