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O alvirrubro Luís Francisco Prates em dia de Náutico pelo Brasileirão 2017, em Caruaru. Foto: Arquivo pessoal/Cortesia |
A frase é do jornalista Luís Francisco de Prates, recém formado em Jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco. No seu projeto de conclusão de curso, o tema abordado foi justamente o Clube Náutico Capibaribe. Clube do coração desde a fase em que ainda estava no ventre de sua mãe.
Aos 22 anos de vida, Luís conta que é Náutico desde antes mesmo de vir ao mundo. “A primeira camisa que ganhei foi em 2001, no título do centenário de fundação do Clube. Eu tinha apenas cinco anos, mas me lembro de tudo. Da comemoração, da euforia por aquela conquista…”, relembra Prates.
Sobre o livro que espera ver publicado em breve, ele afirma que será sua grande chance de contribuir com o Náutico. “É uma oportunidade de materializar a minha paixão pelo Clube. Tanto na esfera pessoal quanto na questão profissional”, revela Francisco Prates.
Durante o segundo semestre de 2017, Luís esteve empenhado no projeto. Entre os meses de agosto a novembro, ele viveu o Náutico quase 24 horas por dia. “Durante todo esse apanhado histórico que fiz do Clube, estive muito disposto a realizar. Me aprofundei sobre a história do Náutico, e ainda conheci e fiz novos amigos”, relata.
O livro
"O meu livro é a história do Náutico contada não só por mim, mas também por ex-jogadores e torcedores. É uma abordagem humanizada. É um gênero humanizado do jornalismo. Você dá um maior destaque aos entrevistados. Colocando-os numa posição privilegiada”.
A ideia surgiu no final do ano passado (2016), durante uma conversa com um professor, que por sinal, também é torcedor do Náutico. “Após uma conversa que tive com o professor Juliano Domingues. Eu estava sem um tema para o trabalho de conclusão de curso e ele me incentivou a escrever sobre o Náutico, pois era unir o útil ao agradável. Eu topei”.
Sobre o livro, Luís diz que está correndo atrás de uma editora. “Mandei o conteúdo para dois escritores Lucídio Oliveira e Roberto Vieira, dois alvirrubros escritores, para me auxiliarem neste sentido. Espero poder lançar em 2018. Quem sabe na reabertura dos Aflitos…”.
Veja a matéria aqui:
DNA Alvirrubro
“A minha ligação com o Náutico é hereditária. A paixão pelas cores alvirrubras herdei dos meus pais. A família da minha mãe é muito grande, e de maioria alvirrubra. Como sou muito chegado a eles, então ficou mais fácil aderir ao Náutico. Já a do meu pai é dividida, em relação a preferência clubística, mas pendi para o lado dele, que também é alvirrubro”, conta Luís.
Da relação com o Náutico
Diferentemente do que se pensa, Luís relata que sua convivência com o Náutico, em termos físicos, estruturais, não foi tão presente. Mas consistente.
“Não cresci indo a estádio. Moro em Limoeiro, portanto, cresci ouvindo jogo pelo rádio. Por isso sou tão apegado a esse meio de comunicação. Mas ficava vidrado quando comecei a ir aos Aflitos. Me impressionei com os torcedores que continuavam a ouvir a transmissão pelo rádio, mesmo estando no estádio. Desde os 13 anos peguei o hábito de ir aos Aflitos”.
“Em 2008, no Campeonato Brasileiro da Série A, assisti o Náutico vencer o Atlético-PR por 2 a 1, de virada, com gols de Clodoaldo (atacante), nos Aflitos”, recorda.
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Luís no Maracanã, ostentando a bandeira do Náutico em dia de Timbu no Brasileirão 2008. Foto: Arquivo pessoal/Cortesia |
“Também estive em outros dois jogos fora de Pernambuco: Flamengo x Náutico, no Maracanã, no Rio de Janeiro, pelo Brasileiro da Série A 2008. Também estive num jogo CRB x Náutico, no Rei Pelé, em Maceió, em Alagoas, pelo Série B 2016”.
Perspectivas para a temporada 2018
Segundo Luís, o desafio começa pelo fator prejuízo financeiro do Clube, com a queda de divisão. “Lembro de uma entrevista com o presidente eleito (Edno Melo), quando ele diz que o prejuízo seria na ordem de R$ 6 milhões em perda de receitas. Assim, o desafio será enorme em montar um time competitivo com poucos recursos.
Como solução, Luís Prates aponta a reaproximação da torcida com o Clube. “Vamos ter que trazer a torcida de volta, reaproximar. Acredito que o retorno aos Aflitos será um grande aliado”, destaca.
Ao conhecer e entrevistar o presidente da Comissão Paritária da Reforma dos Aflitos, Luiz Felipe Figueiredo, Prates conta que ficou mais a par sobre o assunto. “É um órgão vinculado ao Clube, mas é independente dos poderes (Executivo e Deliberativo), ou seja, tem a sua autonomia. Nesse sentido, a comissão pode surgir como exemplo de boa gestão.
É de um responsabilidade grandiosa. Também no sentido de reaproximar a torcida do Clube, a identidade com o local (Eládio de Barros Carvalho).
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Luís não vê a hora de voltar a prestigiar o Náutico no seu único e verdadeiro estádio: Aflitos. Foto: Arquivo Pessoal/Cortesia |
“Time de bairro”
Para Luís Francisco, não há nenhum problema em afirmar que o Náutico seja um time de bairro. “A gente ouve falarem que o Náutico é um time de bairro, mas isso não é no sentido pejorativo. Equipes da Argentina, Inglaterra, Portugal e Alemanha, por exemplo, possuem suas instalações arraigadas aos clubes, existem uma forte identificação dos seus torcedores que aquele bairros, nas respectivas cidades”, justifica.
Ele conta que durante a realização do seu trabalho, entrevistou uma torcedora alvirrubra que mora nos Aflitos. “Uma das torcedoras que entrevistei mora nos Aflitos. Todo dia que havia jogo do Náutico, por exemplo, às 16h, ele já chegava cedo na Sede, tipo 13h para concentrar para a partida. Encontrar amigos e demais torcedores do Náutico”.
Mensagem à torcida do Náutico
Luís acredita que para resgatar a autoestima do torcedor, é preciso que cada um esteja disposto a fazer o seu papel.
“Nunca desista do Clube! Sei que o momento é difícil, as brincadeiras dos rivais são intensas, mas a torcida nunca pode abaixar a cabeça. Usar a razão sobre má fase, má gestão, faz parte do processo. Mas defender o Clube com unhas e dentes é a nossa obrigação!”
“Vejo torcedores do Náutico fazendo piadas nas redes sociais, isso é desnecessário. Enquanto existir torcedores do Náutico a instituição existirá. Claro que queremos títulos e um Clube forte e vencedor. Mas para isso acontecer precisamos dar apoio total. A principal receita tem que vir dos associados, aliado a um bom trabalho de marketing e assessoria de imprensa do Náutico”.
Por fim, Luís garante vai se tornar sócio do Náutico, a partir de 2018. “Atualmente não sou associado. Porém, agora que vou ter meu emprego vou me associar”.