quarta-feira, 31 de maio de 2017

Escudo às avessas retrata gestão


Incrível foi ninguém do Clube ter observado tamanho descaso do fabricante. Que falha dupla! Foto: Reprodução/Twitter
Há um ano, o atual fornecedor de material esportivo do Náutico fazia a sua festa de lançamento na Sede. Era noite de quarta-feira, 1º de junho. Muita badalação, apesar do material ficar a desejar em vários aspectos.

O primeiro problema registrado foi quanto ao tamanho oficial do escudo na camisa. A marca da Topper ficou em maior destaque do que o tradicional escudo do Timbu.

Depois, foram praticamente dois meses após o lançamento para a chegada no comércio dos padrões infantil e feminino.

Agora, às vésperas de completar os primeiros 356 dias do contrato, eis que a pérola veio com contundência. O destaque negativo para a imagem do Clube repercutiu de forma nacional. Até mesmo internacional, pois a Série B é transmitida para vários países do mundo.

O agasalho que vestiu o treinador Waldemar Lemos tinha o escudo do Náutico costurado (falha de fábrica) de cabeça para baixo. A partida contra o Brasil-RS foi realizada no Rio Grande Sul. O destaque veio à tona nas imagens da tevê fechada que detém os direitos de transmissão da competição nacional.

Durante entrevista a um repórter da emissora, o técnico do Náutico era a imagem de um clube esquecido, desorganizado, negligenciado e abandonado por quem deveria zelar pela sua história e patrimônio.

Será que ninguém teve o trabalho de observar se o material estava apto para representar o Clube? E depois de vestido, ninguém lá no Sul do País notou nada diferente?

O descaso repercutiu de forma pejorativa. E só corroborou para identificar a razão pela qual o futebol do Náutico anda tão por baixo.

A questão é administrativa. Não dá mais continuar com pessoas que não tem a mínima consideração pela instituição.

Tal erro não seria admitido sequer nos jogos colegiais.

Chega de descaso!

terça-feira, 16 de maio de 2017

Quem vai pagar a conta do desmantelo?

O Náutico precisa ser gerido com responsabilidade de todos. Mas cada poder do Clube precisa fazer a sua parte. Foto: José Gomes Neto/CTN
Estou acompanhando nas redes sociais a repercussão da distribuição do empréstimo que o Náutico fez ao Esporte Interativo, e chego a achar engraçado algumas coisas.


Uma delas é gente, inclusive da imprensa, defendendo que não se deve investir no retorno aos Aflitos. Como se o Náutico tivesse opção. Não tem. O negócio é voltar a ter o pleno mando. O Eládio de Barros Carvalho recuperado vai trazer de volta a torcida do Náutico, o Caldeirão dos Aflitos, a bilheteria integral para o Clube pagar suas despesas.


Vamos abandonar para sempre (amém!) o Elefante Branco de São Lourenço da Mata. É o fim do desrespeito com o torcedor, o fim da distância, o fim da dificuldade de transporte. É o recomeço para o Náutico. Ou seja: só doido, ignorante ou alguém que queira tirar vantagem pessoal vai defender que o Náutico continue jogando na Arena, quando pode ter de volta o seu próprio estádio.


Outra besteira que tenho lido é que o Conselho Deliberativo não quer pagar os funcionários do Clube. O Conselho? Os funcionários são do Conselho ou são do Executivo? Quem tem obrigação de se organizar para pagar o seu contratado é o empregador – neste caso, a diretoria executiva do Náutico. Pagar trabalhador em dia é obrigação de todo empregador. Por que o executivo atrasou tanto o salário dos funcionários?


Porque pegou todo dinheiro que tinha em 2016, adiantou tudo que podia de 2017 e jogou tudo no troca-troca do futebol, trazendo mais e mais jogadores com o salário lá em cima e a qualidade lá embaixo.


O Conselho não tem culpa nenhuma nesse cartório. Agora o executivo faz sua jogada de marketing, posando de coitadinho: “Ah, o Conselho não deixou a gente pagar vocês, funcionários...”. Não cola para ninguém que tenha dois neurônios em atividade no cérebro.


Gente, tá muito feio. O executivo pediu R$ 1,5 milhão para pagar de 2018 a 2021 (pelo menos é o que eu soube, mas ninguém fala oficialmente desse contrato). Ou seja, Ivan Brondi quer que o próximo presidente do Clube pague a folha salarial de fevereiro e março de 2017. Quer, também, que o sucessor do próximo presidente continue pagando a folha e o Profut de 2017. Deve estar prevendo que o Náutico estará numa situação financeira muito mais confortável a partir do próximo ano, a ponto de poder gastar não sei quantos mil para pagar o que ele, Ivan, não conseguiu pagar em MARÇO de 2017.


Sinceramente: Isso é palhaçada. A única boa perspectiva que enxergo para o Náutico em 2018 é que terá um novo presidente e uma nova diretoria (oxalá!).


Mais um ponto para reflexão: se em maio tem dois (ou três? Ou quatro?) meses de salário atrasado (ninguém sabe ao certo, nesse buraco negro que é a transparência da gestão), digamos que o Conselho surtasse e aprovasse que o R$ 1,5 milhão fosse usado para quitar as dívidas.


Certo, mas e a folha de maio, a ser paga em junho? Vão tirar dinheiro de onde para pagar? Mais adiante: imagina como vai ser o pagamento de outubro, novembro e dezembro, meses já tradicionais de atraso no Náutico? É ou não é um poço sem fundo?  


Vou concluir lembrando um velho ditado, válido para a situação: “Quem pariu Mateus que embale”. Criaram a dívida? Se virem nos 30 e paguem. Não vale ficar gastando agora para os próximos presidentes pagarem.


Assim é fácil. Ano passado se comportaram como deslumbrado que ganha uma bolada na loteria. Gastaram tudo, inclusive estouraram o cartão de crédito. E agora só restou o nome sujo no SPC.


Um conselho: embalem Mateus. O menino está chorando.                      

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Quando a história não se repete

Ex-jogador e ídolo do Náutico, Ivan Brondi faz péssima gestão



Ex-atleta e ídolo do Náutico, o agora presidente executivo Ivan Brondi faz uma péssima gestão. Foto: José Araújo/Cortesia
A experiência bem sucedida numa área nem sempre serve para outra, dentro de um mesmo segmento. O fato do ex-jogador e ídolo do Náutico, Ivan Brondi, agora presidir o Clube, mostra, de forma contundente, que esta teoria se constata na prática.


Os graves erros administrativos pelos quais passa a instituição alvirrubra, seguem em ritmo acelerado. Após as eliminações precoces e drásticas nas três das quatro competições de futebol da temporada, o Clube segue sem planejamento nem direção.


Há exatamente 12 meses, Ivan Brondi está à frente do Clube Náutico Capibaribe. Ao longo deste primeiro ano como presidente executivo, os alvirrubros têm mais o que lamentar.


Os fracassos acumulados ao longo da gestão Marcos Freitas/Ivan Brondi, colocam em xeque o passado glorioso e de bons serviços prestados ao Náutico por parte do atual presidente executivo.


Senão, vejamos:


Atitudes equivocadas como adiantamentos de ao menos 50% das receitas do ano; ausência de previsão de recursos e despesas; abandono dos seus principais apoiadores; diretoria de futebol sem conhecimento de mercado e gastando muito mais do que arrecada; falta de cuidado com o patrimônio do Clube; desinteresse por voltar aos Aflitos; falta de ação para buscar indenização da Arena por quebra de contrato (há 11 meses); ausência de interposição de recursos em processos trabalhistas, para não pagar as custas, por exemplo, dão o tom do elenco de erros que estão a levar o Clube a situação de inviabilidade.


Do jeito que está, o Náutico ruma seriamente para um novo rebaixamento histórico à Série C do futebol nacional. A primeira vez foi em 1998, na gestão do saudoso Josemir Correia.


Nos anos 1960, o paulista Ivan Brondi desembarcou nos Aflitos, vindo de São Paulo, mais precisamente do Parque Antarctica, leia-se, Palmeiras.


Chegou no Alvirrubro para escrever uma das mais importantes páginas da história do futebol do Clube e do estado. A memorável conquista do inédito e exclusivo hexacampeonato pernambucano, além de campanhas incríveis como o vice-campeonato na Taça Brasil de 1967 e a primeira participação de um clube estadual na Taça Libertadores da América.


Porém, é preciso enxergar que, no presente, Ivan Brondi está deslocado da realidade. Seu passado é incontestável, mas décadas depois da sua primeira passagem pelo Clube, não existe futuro para a sua desastrosa gestão.


Assim sendo, alguma medida que evite um penoso processo de impeachment, qual seja, que seria a antecipação das eleições, visando a preservar um ícone dos gramados.

Isso propiciaria mais tempo para o novo presidente executivo se preparar e ajudar desde já nessa anunciada por todos os veículos de comunicação como a maior crise financeira de nossa história. Não originada na falta de receitas, mas na sua gestão temerária.