terça-feira, 16 de maio de 2017

Quem vai pagar a conta do desmantelo?

O Náutico precisa ser gerido com responsabilidade de todos. Mas cada poder do Clube precisa fazer a sua parte. Foto: José Gomes Neto/CTN
Estou acompanhando nas redes sociais a repercussão da distribuição do empréstimo que o Náutico fez ao Esporte Interativo, e chego a achar engraçado algumas coisas.


Uma delas é gente, inclusive da imprensa, defendendo que não se deve investir no retorno aos Aflitos. Como se o Náutico tivesse opção. Não tem. O negócio é voltar a ter o pleno mando. O Eládio de Barros Carvalho recuperado vai trazer de volta a torcida do Náutico, o Caldeirão dos Aflitos, a bilheteria integral para o Clube pagar suas despesas.


Vamos abandonar para sempre (amém!) o Elefante Branco de São Lourenço da Mata. É o fim do desrespeito com o torcedor, o fim da distância, o fim da dificuldade de transporte. É o recomeço para o Náutico. Ou seja: só doido, ignorante ou alguém que queira tirar vantagem pessoal vai defender que o Náutico continue jogando na Arena, quando pode ter de volta o seu próprio estádio.


Outra besteira que tenho lido é que o Conselho Deliberativo não quer pagar os funcionários do Clube. O Conselho? Os funcionários são do Conselho ou são do Executivo? Quem tem obrigação de se organizar para pagar o seu contratado é o empregador – neste caso, a diretoria executiva do Náutico. Pagar trabalhador em dia é obrigação de todo empregador. Por que o executivo atrasou tanto o salário dos funcionários?


Porque pegou todo dinheiro que tinha em 2016, adiantou tudo que podia de 2017 e jogou tudo no troca-troca do futebol, trazendo mais e mais jogadores com o salário lá em cima e a qualidade lá embaixo.


O Conselho não tem culpa nenhuma nesse cartório. Agora o executivo faz sua jogada de marketing, posando de coitadinho: “Ah, o Conselho não deixou a gente pagar vocês, funcionários...”. Não cola para ninguém que tenha dois neurônios em atividade no cérebro.


Gente, tá muito feio. O executivo pediu R$ 1,5 milhão para pagar de 2018 a 2021 (pelo menos é o que eu soube, mas ninguém fala oficialmente desse contrato). Ou seja, Ivan Brondi quer que o próximo presidente do Clube pague a folha salarial de fevereiro e março de 2017. Quer, também, que o sucessor do próximo presidente continue pagando a folha e o Profut de 2017. Deve estar prevendo que o Náutico estará numa situação financeira muito mais confortável a partir do próximo ano, a ponto de poder gastar não sei quantos mil para pagar o que ele, Ivan, não conseguiu pagar em MARÇO de 2017.


Sinceramente: Isso é palhaçada. A única boa perspectiva que enxergo para o Náutico em 2018 é que terá um novo presidente e uma nova diretoria (oxalá!).


Mais um ponto para reflexão: se em maio tem dois (ou três? Ou quatro?) meses de salário atrasado (ninguém sabe ao certo, nesse buraco negro que é a transparência da gestão), digamos que o Conselho surtasse e aprovasse que o R$ 1,5 milhão fosse usado para quitar as dívidas.


Certo, mas e a folha de maio, a ser paga em junho? Vão tirar dinheiro de onde para pagar? Mais adiante: imagina como vai ser o pagamento de outubro, novembro e dezembro, meses já tradicionais de atraso no Náutico? É ou não é um poço sem fundo?  


Vou concluir lembrando um velho ditado, válido para a situação: “Quem pariu Mateus que embale”. Criaram a dívida? Se virem nos 30 e paguem. Não vale ficar gastando agora para os próximos presidentes pagarem.


Assim é fácil. Ano passado se comportaram como deslumbrado que ganha uma bolada na loteria. Gastaram tudo, inclusive estouraram o cartão de crédito. E agora só restou o nome sujo no SPC.


Um conselho: embalem Mateus. O menino está chorando.                      

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