sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Não é só futebol, mas também política do cotidiano

No desporto, deveria prevalecer o caráter como finalidade e o respeito ao adversário como prioridade

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Além de legítima, união entre os clubes mostra intenção de busca soluções financeiras entre as instituições. Foto: Rodrigo Villalba



Estarrecedor constatar a hipocrisia dominante também no mundo do futebol no Brasil. Não bastasse o caos social no qual estamos sendo engolidos, dia após dia, a mesquinharia agora está escancarada também no mundo da bola.


Bastou dois clubes de futebol no Recife terem anunciado a partilha da cota, relativa ao Clássico das Emoções, pela 2ª fase da Copa do Brasil -  competição organizada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) -, que, na visão estreita e tacanha de alguns, foi “o fim do mundo”...


Imagino essa atitude dos dirigentes tricolores e alvirrubros como uma forma inteligente de buscar soluções. As dificuldades financeiras das duas instituições são enormes. Futebol é negócio é não desconheço tal fato.


Por vezes, as dificuldades chegam a ser maiores até do que a própria grandeza das centenárias instituições de futebol pernambucanas, que permanecem mais uma temporada na Série C do Brasileiro. Mas há quem queira enxergar apenas a parte periférica da questão: a competição selvagem e esdrúxula. Com vencedores e perdedores. Tosco, não?!?


Em meio a um turbilhão de irregularidades que permeiam o futebol brasileiro, com escândalos de corrupção e afastamento de dirigentes da própria CBF, há quem prefira dar ênfase negativa para atitudes de grandeza exemplares.


Partilhar é preciso. A necessidade conjunta se resolve com a socialização dos lucros. O isolamento mesquinho e equivocado só traz mais miséria e falta de perspectiva para clubes, torcidas e a sociedade como um todo.


A civilidade e a inteligência ainda são os melhores caminhos a serem trilhados em busca de soluções aos estratosféricos problemas dos clubes. Mas há quem prefira a opção da barbárie. Isso mesmo.


É fácil falar mal de torcida organizada. Difícil mesmo é reconhecer que se chega a defender algo pior do que elas propagam: a guerra irracional e sem propósito. Confundem rivalidade com o ódio gratuito e devastador ao opositor. Que deve ser aniquilado, dentro e fora das quatro linhas.


Ora, já passou do momento de se pensar o futebol como um negócio viável. Não apenas para a CBF e as federações, que lucram horrores e partilham quase nada com os clubes, razão maior de ser das próprias competições.


Incentivar a violência é também motivar a ganância, a avareza e a soberba de impor vencedores e vencidos. O ato falho está na intenção de patrocinar conceito de que só há virtude na vitória. Que a derrota é o fracasso total e irreversível.


Esqueceram de lembrar que no futebol existem três resultados. Mas que a dinâmica da modalidade não deixa muito tempo para comemorações ou lamentações. Mas que o exemplo da desportividade é perene.  


Mais atitudes de socialização e de integração no futebol. Menos visão de mundo separatista, mequinha e equivocada do que é rivalidade de jogo.


Por um futebol mais integrado!

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