terça-feira, 23 de abril de 2019

Arena romana da atualidade

A difícil vida de quem quer torcer pelo clube do coração sem ser agredido

Há muito que ir aos estádios de futebol em Pernambuco deixou de ser um mero lazer. Quem já teve que encarar arquibancada alheia, na condição de torcedor, trajado ou não com as cores do clube de coração, sabe muito bem o que é isso.
Há muito que os dirigentes de clubes e autoridades constituídas, como a Federação Pernambucana de Futebol (FPF), promotora do evento; governo de Pernambuco, por intermédio da Polícia Militar, e demais envolvidos abriram mão da Lei Federal 10.671 de 15 de maio de 2003, também conhecida como Estatuto do Torcedor.


O episódio deste domingo (21), e que está diretamente ligado a decisão do Estadual, quando um torcedor rubro-negro fora espancado, por pessoas que trajavam camisas com as cores do Náutico (segundo o próprio agredido), juntamente com o seu cão de estimação, nas proximidades do local da partida, se torna mais um fato lamentável.


Ocorre que, após o final da decisão na Ilha do Retiro, tive o desprazer de ter que fugir (isso mesmo, o termo é esse!), do local. Quem acha que é tudo muito bacaninha, seguro e organizado está redondamente enganado!


Ao sair do setor de visitantes daquele estádio, somos conduzidos para uma rua que parece um beco sem saída, em direção à Avenida Beira Rio. O destino é passar pelo túnel Chico Science em direção à Praça Euclides da Cunha (que fica em frente ao Clube Internacional do Recife).


Segundo policiais motorizados que faziam a escolta, o destino seria os Aflitos, na Sede do Náutico. Porém, não entendi qual era essa rota alternativa, quando o ideal seria pegar a Ponte do Derby e seguir pelo lado do próprio Quartel da Polícia Militar de Pernambuco.


Optei por seguir sozinho, junto a outros torcedores que se aventuravam em enfrentar as adversidades e a insegurança nossa de todo dia no Recife e Região Metropolitana. As notícias e os programas policiais que o digam, com suas pautas e coberturas intermináveis.


É preciso que as pessoas entendam que a segurança pública, a das ruas, avenidas, praças e demais logradouros envolve a todos. Estejam ou não ligados ao futebol. O problema é grande e envolve o contexto social.


O futebol é apenas o reflexo do que acontece no dia a dia do cotidiano da população brasileira.

Se não houver união em prol de uma situação de resolução para o crônico
problema social, então o futebol perderá o seu espaço.

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