Leilão da garagem de Remo do Clube pode significar o "fim" de uma agremiação
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Desde os primeiros anos de fundação, o Náutico escreveu a sua história no rio que leva o seu nome. Foto: Perfil do Náutico |
A angústia me tomou de assalto assim que soube da triste e histórica possibilidade. O provável leilão da garagem de Remo do Náutico (agendada para o dia 20 de julho) pode significar a perda do elo histórico com o DNA do Clube.
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Justamente no limiar dos seus 120 anos de fundação, o Clube Náutico Capibaribe pode ver ser apagada a sua origem. O local onde tudo começou pode simplesmente não mais constar fisicamente na área central do Recife de onde fomos fundados: Rua da Aurora, no bairro da Boa Vista.
Para quem ainda não se deu conta, o nome da agremiação está intrínseco naquela modalidade aquática. Aliás, basta olhar para o próprio escudo e lá identificar o centenário par de remos em destaque.
Garagem de remo do Náutico está ameaçada de ser leiloada por má administração do Clube. Foto: José Gomes Neto/CTN |
A alma é tão entranhada, que, até mesmo no futebol - carro chefe há décadas -, tem a sua história marcada pela braçada do Remo. Foi por conta das partidas amistosas e fraternas de futebol entre os atletas remadores do Náutico e do Sport, rivais centenários e alusivos ao desporto aquático, que surgiu o ímpeto de competir, despertado por dirigentes ávidos por antagonismos, ainda no começo do século passado.
Mesmo com problemas crônicos, a garagem de Remo do Náutico é um patrimônio imaterial do Recife. Foto: José Gomes Neto/CTN |
Pois bem, até o nosso mascote tem a sua origem no Remo. Nos gramados ele surgiu, mas foi consolidado com o desfile carnavalesco do Timbu Coroado, graças à iniciativa dos atletas do desporto náutico, que colocaram o bloco na rua.
Das inspirações poéticas das românticas, charmosas e históricas tardes de domingo às margens do Rio Capibaribe - do qual herdamos o nome, a geografia e a tradição pernambucana -, vieram a designação, os primeiros troféus e conquistas do nosso Museu.
Gerações de alvirrubros foram forjadas nos barcos e nas águas do velho Capibaribe. A construção de um ícone da cidade do Recife, arrisco até em chamar de patrimônio imaterial da capital pernambucana, está sob o risco de desaparecer por conta de ausência de amor e de responsabilidade administrativa.
Não basta se dizer Náutico. Tem que se agir como alvirrubro. Cabe agora a cada um de nós, alvirrubros desde 1901 (como costumo designar), uma ação urgente para que tentemos evitar o pior.
Que os ex-presidentes ainda vivos, e os que de fato amam o Clube, juntamente com os demais ex-dirigentes das respectivas gestões, mostrem isso na prática. Não importa se contribuíram para o provável desfecho negativo, pois agora se faz necessário o apoio e a reação. Que sejam proativos para que o Náutico não comemore os seus 120 anos sem o Remo.
Conclamo assim a Nação Timbu para, juntos, darmos a volta por cima em mais um turbulento momento da nossa história.
Rememos unidos em prol do timão vermelho de luta e branco de paz!
O NÁUTICO somos todos nós!
Saudações alvirrubras!!!
Saudações alvirrubras!!!