sexta-feira, 26 de junho de 2020

Não deixe o Náutico morrer…

Leilão da garagem de Remo do Clube pode significar o "fim" de uma agremiação
Desde os primeiros anos de fundação, o Náutico escreveu a sua história no rio que leva o seu nome. Foto: Perfil do Náutico

A angústia me tomou de assalto assim que soube da triste e histórica possibilidade. O provável leilão da garagem de Remo do Náutico (agendada para o dia 20 de julho) pode significar a perda do elo histórico com o DNA do Clube.

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Justamente no limiar dos seus 120 anos de fundação, o Clube Náutico Capibaribe pode ver ser apagada a sua origem. O local onde tudo começou pode simplesmente não mais constar fisicamente na área central do Recife de onde fomos fundados: Rua da Aurora, no bairro da Boa Vista.


Para quem ainda não se deu conta, o nome da agremiação está intrínseco naquela modalidade aquática. Aliás, basta olhar para o próprio escudo e lá identificar o centenário par de remos em destaque.

Garagem de remo do Náutico está ameaçada de ser leiloada por má administração do Clube. Foto: José Gomes Neto/CTN


A alma é tão entranhada, que, até mesmo no futebol - carro chefe há décadas -, tem a sua história marcada pela braçada do Remo. Foi por conta das partidas amistosas e fraternas de futebol entre os atletas remadores do Náutico e do Sport, rivais centenários e alusivos ao desporto aquático, que surgiu o ímpeto de competir, despertado por dirigentes ávidos por antagonismos, ainda no começo do século passado.

Mesmo com problemas crônicos, a garagem de Remo do Náutico é um patrimônio imaterial do Recife. Foto: José Gomes Neto/CTN



Pois bem, até o nosso mascote tem a sua origem no Remo. Nos gramados ele surgiu, mas foi consolidado com o desfile carnavalesco do Timbu Coroado, graças à iniciativa dos atletas do desporto náutico, que colocaram o bloco na rua.


Das inspirações poéticas das românticas, charmosas e históricas tardes de domingo às margens do Rio Capibaribe - do qual herdamos o nome, a geografia e a tradição pernambucana -, vieram a designação, os primeiros troféus e conquistas do nosso Museu.


Gerações de alvirrubros foram forjadas nos barcos e nas águas do velho Capibaribe. A construção de um ícone da cidade do Recife, arrisco até em chamar de patrimônio imaterial da capital pernambucana, está sob o risco de desaparecer por conta de ausência de amor e de responsabilidade administrativa.


Não basta se dizer Náutico. Tem que se agir como alvirrubro. Cabe agora a cada um de nós, alvirrubros desde 1901 (como costumo designar), uma ação urgente para que tentemos evitar o pior.


Que os ex-presidentes ainda vivos, e os que de fato amam o Clube, juntamente com os demais ex-dirigentes das respectivas gestões, mostrem isso na prática. Não importa se contribuíram para o provável desfecho negativo, pois agora se faz necessário o apoio e a reação. Que sejam proativos para que o Náutico não comemore os seus 120 anos sem o Remo.


Conclamo assim a Nação Timbu para, juntos, darmos a volta por cima em mais um turbulento momento da nossa história.


Rememos unidos em prol do timão vermelho de luta e branco de paz!


O NÁUTICO somos todos nós!  

Saudações alvirrubras!!!

4 comentários:

  1. Na verdade, existe uma corrente no CNC que há muito tempo quer acabar com o remo. Trata-se de um esporte com alto valor para o clube, que diga-se de passagem, faz tem que não existe investimento, e só estão esperando uma oportunidade para fechar de vez. Josemir Correia foi o último dos moicanos (presidente) que apoiou o remo, por ter sido ex-atleta e por honrar a memória do clube de Conselheiro Rosa e Silva. Lamentável!!

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    1. Para ser bem exato, houve um investimento na época do ex-presidente André Campos, em 2001, ano do Centenário. De lá pra cá, pouco ou quase nada foi feito pela garagem de Remo do Náutico. Mais uma vez, repito: Historicamente lamentável!

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