O ideal seria o Náutico receber a indenização ao qual a instituição tem, por direito. Foto: José Gomes Neto/CTN |
Então, leitor, que fique claro: eu também sou alvirrubro, eu também gostei da notícia. Mas do alívio, a razão volta a dar sinal de vida. E impõe alguns questionamentos que divido neste texto com você.
Em primeiríssimo lugar, qualquer criança sabe que devemos ter um fio de desconfiança com qualquer estranho que ofereça ajuda gratuita. Tudo bem, a Arena não é um desconhecido. Realmente: o Náutico sabe muito bem quem é a Arena de Pernambuco e seu administrador, o Governo do Estado. Em tempos de crise o governo abre mão de alguma receita? Ótimo para o Náutico, mas... estranho.
Ainda mais estranho se a gente lembrar do histórico de não pagamento e de pão-durice da Arena. Atraso em cima de atraso. Dívidas não reconhecidas. Contrato rompido unilateralmente sem a devida indenização. Segredo sobre acordos feitos. Tudo envolto em muito mistério, principalmente quando o assunto é dinheiro. E de repente essa bondade toda? Estranho mesmo.
Não tenho a intenção de botar gosto ruim. Não mesmo. Como torcedor, agradeço a Arena pela generosidade súbita, certamente isso contribuiu para a felicidade dos jogadores e como estímulo para vitórias. Só que eu não vou esquecer quem é a Arena, o Governo, e a relação que existe com o Náutico.
Sou desconfiado, é verdade. Por isso fico de orelha em pé. E quero muito saber se a benevolência de hoje não vai ser cobrada com juros, correção monetária, pedágio, taxa de intermediação e possíveis “por fora” amanhã.
O dinheiro hoje é bem-vindo. Mas a Arena ainda nos deve, e muito – embora nós, meros torcedores, ainda não saibamos quanto nos é devido. Ainda assim, não vamos esquecer. Que esse dinheiro de hoje não seja um “cala a boca” ou um “amansa corno”. Certo?
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