terça-feira, 10 de maio de 2016

Precisamos mudar o rumo dessa história

Uma boa perspectiva surge ao Náutico no final de semana, com a 3ª colocação do time no Pernambucano. No próximo ano estaremos disputando o Nordestão – chance de título, de prestígio, de alento para a torcida. Bom. Qualquer boa notícia é uma boa notícia, e merece ser desfrutada como tal.


Mas estamos incomodados. Principalmente quando olhamos para o quintal do vizinho, que está cheio de frutos. Estou falando do Santa Cruz, o novo cotista da Rede Globo no Brasileirão a partir de 2019 com projeção de até R$ 45 milhões por ano estando na Série A. Caso esteja na Série B, receberá 50% do piso da cota da Série A (R$ 26 milhões), ou seja, R$ 13 milhões. Isso contra os R$ 5 milhões dos clubes não cotistas.


Essa cota reduziria para 25% do piso num segundo ano consecutivo de Série B, ou seja, R$ 6,5 milhões, de acordo com o Blog do Diário de Pernambuco (acesse o link e confira) http://blogs.diariodepernambuco.com.br/esportes/2016/05/09/santa-cruz-vira-cotista-da-globo-no-campeonato-brasileiro-a-partir-de-2019/. Certamente, uma condição de ganho perene para o clube que aumenta sua condição de concorrência contra adversários numa Série B.


Isso é resultado de uma reviravolta na cultura gestora do clube, que abandonou os velhos coronéis; de uma torcida que lota o estádio (sim, o Santa Cruz tem casa própria, e não uma Arena); de uma série de acertos que levaram o time a subir à Série A no ano passado, e faturar os dois campeonatos disputados até aqui, Nordestão e Pernambucano (permanece a disputar a Copa do Brasil). Seguindo assim, o mesmo rumo adotado pelo Sport, anos atrás.


E nós? Até quando vamos ficar presos ao passado ou, no máximo, no presente? Quando vamos ter gestores que pensem no futuro?


O Náutico está enganchado num círculo vicioso de dívidas, irresponsabilidades administrativas históricas, coronelismo. Quando tem uma oportunidade de ganhar algum dinheiro, nem pensa duas vezes e pega a primeira oferta. Foi o que se viu neste ano com o contrato com a Globo. O Esporte Interativo tinha interesse, mas não se sabe por que (já que não contam) fecharam com a Globo muito pela oferta de R$ 4,5 se não me engano. Montante, inclusive, que não se sabe se foi luva ou adiantamento (também não contam).


Diante disso, cabe a pergunta: Será que a precipitação de pegar algum dinheiro não está sendo priorizada em detrimento de se barganhar melhores contratos pela chegada de um novo “player” no mercado?


Pensemos no futuro do Náutico. Vamos organizar o clube financeira e administrativamente. Vamos completar o time com os elementos que faltam, respeitando as limitações financeiras e as necessidades reais do time. Não podemos fazer mais loucuras com contratações. Não nos endividemos ainda mais. Vamos trabalhar com metas. Vamos voltar para a nossa casa, para nosso caldeirão que é um orgulho do torcedor alvirrubro (a Arena está acabando com a torcida do Náutico!). Vamos trabalhar por títulos, pela torcida, pelo time, pelo clube. Vamos deixar de olhar para trás. Precisamos aprender a trabalhar pelo futuro, se é que queremos que o Náutico realmente tenha um futuro.

O quintal dos vizinhos está mais farto que o nosso. Mas nosso terreno é tão favorável quanto o deles. Vamos plantar? Caso contrário, teremos dois times pernambucanos com investimento razoável e nós ficando para trás... dá pra imaginar onde isso acaba. E nenhum torcedor alvirrubro quer isso. Precisamos reagir. Já!

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