quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Náutico e o mais do mesmo

Entre desculpas evasivas e promessas frustrantes, treinador, jogadores e diretoria desanimam torcida


Poderes do Náutico precisam voltar a remar na mesma direção. Torcida não aguenta mais tanto desmando e frustração. Foto: José Gomes Neto/CTN
Não pude ir a São Lourenço da Mata na noite desta terça-feira (30), por motivos pessoais. Nem mesmo ouvir ou ver o jogo do Náutico eu consegui direito. A questão é que, mais uma vez, o time amargou um revés atuando na Arena de Pernambuco. O terceiro neste Brasileiro.

A vitória seria fundamental aos planos de acesso do Timbu à Série A. Sei que ainda estamos na 22ª rodada, mas este crônico adiamento em voltar ao G-4 pode custar caro. Muito caro. Perder para o Londrina-PR nos deixa numa condição mais difícil, em termos de mirar os quatro primeiros colocados.

A distância aumentou agora para seis pontos e quatro equipes, na luta direta pela quarta vaga. As desculpas do treinador e dos jogadores só me fazem ter certeza de que o passa tempo preferido deles é gerar expectativa na torcida. Pelo visto, e ouvido, essa expectativa não será atendida.

Fica sempre para a próxima rodada. Mas a sequência de vitórias não é encaixada. Com isso, os planos de subir também ficam no meio do caminho. Permanecer na Série B significa mais um ano de dificuldades e frustrações.

O torcedor já não aguenta mais ter que arcar com todo tipo de desmando que ocorre no Clube. O Executivo e o Conselho Deliberativo não falam a mesma língua. Está cada dia mais difícil recolocar o Náutico nos trilhos da evolução.

A torcida não dá sinais de que deseja assisitir aos jogos do Náutico naquele equipamento estadual. São muitos e consideráveis obstáculos. Além de tudo, estamos no final do mês. A grana tá curta. A violência desenfreada.

As pessoas não querem admitir a falência do estado no quesito segurança. Trafegar de metrô em Pernambuco não é uma aventura lúdica. É uma realidade dura, tensa, cheia de perigos e incertezas. De ônibus também não é diferente.

Dirigentes do Náutico: entendam e admitam. Os torcedores não têm mais o benefício do ingresso do Todos com a Nota. E ainda “ganharam” como incentivo um cenário de caos e violência urbana. Dissociar um coisa da outra é querer fantasiar um quadro extremamente preocupante.

É chegado o momento de se repensar o Náutico. Voltar aos Aflitos é mais do que uma obrigação. É a retomada de uma identidade perdida. Agora, mais do que nunca, está claro que nunca deveríamos de lá ter saído.

Quem de casa nos expulsou tem agora a obrigação moral de nos reconduzir de volta ao nosso único e verdadeiro lar: o Estádio Eládio de Barros Carvalho.

Saudações alvirrubras!

domingo, 28 de agosto de 2016

Poder supremo do Clube, AGE deve ser cumprida sob risco de punição

Estatuto do Náutico garante esta condição no capítulo IV, seção I, artigo 13



AGE ratificou desejo da maioria dos sócios alvirrubros que quer, e vai, voltar aos Aflitos. Foto: Assessoria/Conselho Deliberativo
Com a realização e aprovação da volta aos Aflitos e a formação da Comissão Mista decida pelo associado do Náutico, neste sábado (27), na Sede, o desdobramento da Assembleia Geral Extraordinária do Clube Náutico Capibaribe obedecerá aos critérios estabelecidos pelo Estatuto do Clube.


De acordo com o vice-presidente do Conselho Deliberativo do Timbu, Ivan Pinto da Rocha, a comissão criada começará a trabalhar e iniciar a reforma dos Aflitos.


“Acredito que será elaborado um planejamento e estabelecimento de metas e funções, todas coordenadas”, afirma Ivan Rocha.


Questionado sobre uma provável recusa por parte da Direção Executiva do Náutico, que inclusive lançou uma “campanha” na semana passada, Ivan Rocha foi taxativo. “Se o Executivo não quiser, estará descumprindo o Estatuto e a vontade do associado”.


Tal consequência, segundo Ivan Rocha, ocasionaria uma punição como censura ou mesmo perda do mandato. “A Assembleia Geral Extraordinária é soberana. Sendo o poder supremo do Clube, suas deliberações não podem ser ignoradas. E quem assim o fizer, estará violando a supremacia desta corte”, explica.


Confira o capítulo IV, seção I, artigo 13 do Estatuto do Clube Náutico Capibaribe:


http://www.cd-nautico.com.br/downloads/estatuto_final_23_11_15.pdf


Nenhum membro do Executivo compareceu à Assembleia Geral Extraordinária.


ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA


Assinaram a ata de presença na Assembleia Geral Extraordinária 201 associados. Deste total, 199 depositaram seus votos na urna. Dois sócios resolveram não depositar.


Com isso, 194 optaram pelo SIM sobre a Volta aos Aflitos. Houve dois votos NÃO e três em BRANCO. Já outros 180 confirmaram que querem SIM a formação de uma Comissão Mista Temporária para encaminhar as demandas.


A cédula eleitoral consistia de duas questões. Na primeira, “Aprovo a volta aos Aflitos, mediante a criação de uma comissão temporária para viabilizar a reforma e reabertura do Estádio Eládio de Barros Carvalho e as respectivas regras do funcionamento”.


Na segunda, “Aprovo os nomes, titulares e suplentes, dos integrantes da comissão temporária”.


SEGUNDA ASSEMBLEIA GERAL DA HISTÓRIA DO NÁUTICO


Rubão: "Vontade dos sócios será feita". Foto: José Gomes Neto/CTN
Conselheiro há 20 anos, Rubens Pinho Inojosa de Andrade Júnior (Rubão) presidiu a histórica Assembleia Geral Extraordinária, outorgada pelo presidente do Conselho Deliberativo, Gustavo Ventura.


“Na história do Náutico (115 anos), essa foi a segunda Assembleia Geral de Sócios realizada. O que houve aqui hoje (sábado, 27) está consignado pela legislação (Estatuto do Clube) vigente e que, fato, está perpetrado para a eternidade”, ratifica Rubão.  

A primeira Assembleia Geral Extraordinária do Náutico aconteceu em novembro de 2015 e versou sobre a Mudança de Estatuto do Clube. Naquela ocasião, 217 associados compareceram ao evento histórico.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Sócios, tomem conta do Náutico!

Os sócios do Náutico têm o dever de apontar os rumos necessários para o retorno e reforma dos Aflitos. Foto: José Gomes Neto/CTN
A situação está feia. Se os sócios não tomarem as rédeas da situação agora, aproveitando a oportunidade da Assembleia Geral que acontece neste sábado, sabe-se lá o que vai acontecer.

Defendo que os sócios devem comparecer em massa à assembleia para dizer ao Executivo e ao Conselho Deliberativo o que querem e como querem. Quem acredita que o Executivo agora, subitamente, resolveu encampar a volta aos Aflitos, também deve acreditar no Saci. Não mesmo! O Executivo só fez o que fez ontem, lançando aquela “campanha” ridícula, para esvaziar a assembleia do dia 27 – aliás, mesma estratégia usada na véspera do Fórum Aberto de julho.

Agora fica mais interessante. Por qual razão o Executivo quer o esvaziamento da assembleia? Claro que tem a picuinha de dar o recado que não está nem aí para o que o Conselho Deliberativo determina. Mas o motivo principal, a meu ver, é que a decisão da assembleia é soberana e precisa ser cumprida sob risco de punição grave para o descumpridor.

A assembleia, sem dúvida, vai dizer que quer a volta aos Aflitos. Assim, amarra o Executivo e o Conselho Deliberativo a todas as ações necessárias para o retorno. Sem a decisão soberana da assembleia, ficaremos na dependência da vontade mutante do Executivo.

Lembremos: ontem, durante o lançamento da “campanha”, foi Stênio Cuentro quem posou como o idealizador da reforma do estádio. O mesmo Stênio Cuentro que disse ser pessoalmente contrário a volta aos Aflitos. E aí, qual dos dois Stênios estará valendo amanhã? Dá para apostar sem medo de errar? Dá para confiar?

ENQUANTO ISSO, NA SALA DE JUSTIÇA...

O Executivo sambando na cara do Conselho Deliberativo, dos sócios e dos torcedores. Isso é algo raro no Náutico, onde o Conselho sempre foi contundente – mesmo que a força fosse usada para respaldar as ações do Executivo, como era até 2013.

Mas agora está tudo diferente.

O Conselho Deliberativo determinou em março a volta aos Aflitos. O Executivo nem se lembra direito disso, não deu a menor bola. Em maio, o CD criou a comissão para tratar da volta aos Aflitos. Dois meses e um Fórum Aberto depois, o Executivo mandou os nomes e incrivelmente o Conselho acatou o nome de Stênio Cuentro (sim, o mesmo que acha uma temeridade a volta aos Aflitos), em nome de uma mitológica paz alvirrubra. Em decisão conjunta, que pensávamos ser uma bandeira branca, os dois poderes se reúnem e criam uma comissão mista. Aí vem o Executivo e lança uma campanha – pífia e ridícula, repito mais uma vez – de volta aos Aflitos. Passa por cima do CD e da comissão que ajudou a criar.

Como disse no início deste texto, a coisa está feia.

Sócios: por favor, por amor ao Náutico, compareçam à assembleia. Neste sábado, das 9 às 14h, na Sede.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Tudo deve ter planejamento e transparência. Até a vontade maior da torcida: voltar aos Aflitos

Entre o desejo da torcida e o dever da gestão, Diretoria Executiva do Náutico joga nas costas da torcida responsabilidade financeira. Foto: José Araújo/Cortesia
Campanha de marketing anunciada às vésperas para apresentar à imprensa a tão propalada volta aos Aflitos, na manhã desta terça-feira (23), no gramado do próprio Eládio de Barros Carvalho, com seis pessoas presentes. 

Na ocasião, o presidente interino do Clube, o profissional liberal Ivan Brondi até comparece. Mas representa aos ex-atletas do futebol, que fizeram parte da memorável e única campanha do Hexa.


No comando do evento, o diretor de Patrimônio do Náutico, Stênio Cuentro, faz as honras da casa e apresenta até uma amosta de gramado artificial. Operários esboçam atividades ao redor da passagem dos convidados para impressionar e dar um ar convincente.


Depois, o vice-presidente de Marketing e Comunicação do Timbu, Kléber Medeiros, fala aos presentes sobre as formas de adesão por parte de sócios e torcedores interessados em bancar a reforma do nonagenário estádio.


A vontade da maioria esmagadora da nossa torcida sendo colocada em prática... Só que não. É que tudo isso seria perfeito, não fosse a maneira como quase sempre as coisas são feitas no Náutico.


Invertendo a ordem dos fatos, e agindo de maneira açodada após a pressão exercida pelo Conselho Deliberativo do Clube para que uma comissão mista fosse formada, desde maio, a Diretoria Executiva demonstra que não está para agradar aos anseios de sócios e torcedores.


Assim como na tarde do dia da realização do Fórum Volta Aos Aflitos, 12 de julho, postaram no site oficial uma matéria com um conteúdo bem óbvio: será preciso trocar o gramado dos Aflitos.

Veja matéria do site oficial do Náutico do dia 12 de julho:

Agora, na semana que antecede a Assembleia Geral de Sócios, arregimentam uma “campanha” para angariar verbas para a reforma do estádio.


As taxas de colaboração não contemplam quem está disposto a contribuir com a quantidade que lhe convém. Ou mesmo que lhe cabe no bolso. Assim, o torcedor mais humilde, que deseja colaborar com R$ 2, R$ 5, R$ 10 ou R$ 20 está fora dos planos.


Essa maneira elitista e segregadora de enxergar o Náutico afasta o torcedor mais simples. Aliás, até mesmo o mais consciente e de visão crítica também.


É preciso admitir que os tempos mudaram. Estamos na segunda década do século 21. A instituição tem 115 anos e não é um negócio de família aristocrática. Não existe um clã, mais uma associação sócio-esportiva.


Após sete meses de "gestação", jogar nas costas única e exclusivamente do torcedor uma “campanha” baseada em contribuição pré-estabelecida, é não planejar o óbvio.


O papel do Executivo é informar, não apenas por um aplicativo, mas por todos os meios de comunicação disponíveis que abranjam o máximo possível de torcedores. O direito à informação ainda está em vigor no Brasil. 

Queremos voltar ao Caldeirão alvirrubro. Porém, com coerência, planejamento, respeito e transparência das ações do Executivo em relação aos sócios e  torcedores do Náutico.

Saudações alvirrubras!
  

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Náutico e o tabu do patrocinador máster

Desde janeiro de 2014 que o Náutico não tem um patrocinador máster. Gestões atual e anterior prometeram, mas o Clube permanece sem. Foto: José Gomes Neto/CTN
A sazonalidade em relação ao Náutico não é apenas quanto aos longos períodos de jejum sem conquistar títulos. Outro tabu que incomoda, e muito, aos sócios e torcedores do Clube é quanto ao setor financeiro. Desde 2014 que o Náutico está sem patrocinador máster.


Antes do último, anunciado em abril de 2013, o Timbu passou um período de 15 meses (1 ano e três meses) sem estampar nada na parte frontal da camisa oficial. Naquela ocasião, o contrato anunciado pela Diretoria Executiva foi de 12 meses com a Philco, empresa de produtos eletrônicos. Porém, o contrato só vingou até dezembro daquele ano.


Na prática, de janeiro de 2010 até março de 2013, o Náutico deixou de faturar porque estabeleceu um critério - dúbio, diga-se de passagem -, para manter um “patamar mais elevado”, em relação aos valores de um patrocinador máster.


Confira registro do blog do Diario de Pernambuco:


Nos anos de 2014/2015, houve patrocínios pontuais da Turquesa, EMS e Torque. As ações ocorreram em partidas específicas do Náutico, como nas finais do Pernambucano de 2014 (Turquesa) e contra o Flamengo (Turquesa), na 3ª fase da Copa do Brasil do ano passado, por exemplo.

Ainda no caso específico da Turquesa, este patrocinador bancou parte do salário do goleiro Julio César durante a temporada 2015, quando fechou um contrato de 12 meses com o Clube.

Mesmo assim, a ausência de um máster fixo continuava (e continua…).


No último dia 10, a Diretoria Executiva do Clube anunciou que o Náutico terá um novo patrocinador máster. A especulação em torno na Caixa Econômica Federal (CEF) surgiu, mas houve ponderação por parte de dirigentes alvirrubros. A expectativa gerada foi grande e a ansiedade da torcida fora frustrada.


Isso porque, até agora, não há confirmação por parte da Diretoria Executiva. Muitos acreditavam que essa seria uma forma de o Náutico se reforçar para a continuidade da Série B. O time notoriamente necessita de atacantes, mas eles não virão. O motivo é óbvio: falta de dinheiro em caixa.


Segundo uma fonte me assegurou, apesar estar regularizada do ponto de vista fiscal, do INSS, do FGTS, com a REFIS de agosto de 2015 a julho de 2016, falta a certidão de quitação com a Justiça do Trabalho.


Segundo a fonte, como existem várias ações julgadas e tramitadas contra o Náutico, anteriores a 2012, a CEF está exigindo que tais ações trabalhistas de ex-atletas que acusam o Náutico nos tribunais de Justiça do Trabalho pelo Brasil afora sejam devidamente resolvidas, por intermédio de um nada consta (Certidão Nada Consta).


Essas ações têm origem de gestões do Clube antes de 2012. Este é o entrave que está emperrando que o Náutico tenha aquele banco federal como futuro patrocinador máster.


Nada como a irresponsabilidade administrativa de uns para travar o futuro do Clube.
 

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Reforma e retorno aos Aflitos

Assembleia Geral de Sócios acontece dia 27, na Sede 


Edital tem data de quatro dias antes, mas está publicado na edição desta sexta-feira (12), no Diario de Pernambuco. Foto: Reprodução
Devagar a ponto de quase virar uma lenda, o tema reforma dos Aflitos, enfim, vai tomar um ritmo mais adequado. Pelo menos para com a expectativa de grande parte da torcida alvirrubra.


O edital de convocação dos sócios para a Assembleia Geral que irá deliberar sobre o assunto foi publicado na edição desta sexta-feira (12), no jornal Diario de Pernambuco.


Na convocação, o presidente do Conselho Deliberativo do Náutico, Gustavo Ventura, informa que o encontro irá acontecer no dia 27 deste mês (último sábado de agosto), na Sede, das 9h às 14h.


O objetivo da assembleia é confirmar a decisão conjunta do Conselho Deliberativo e da Diretoria Executiva do Clube para a criação da Comissão temporária da reforma e reabertura do Estádio dos Aflitos. A proposta é o Náutico voltar a jogar no Eládio de Barros Carvalho em 2017.


O encontro também definirá sobre a resolução conjunta que disciplinará os trabalhos da referida comissão, além dos membros titulares e suplentes dela.


O edital de convocação está veiculado na edição desta sexta-feira (12), do jornal Diario de Pernambuco.   


Vamos voltar Náutico!


#Aflitos
#NossaCasaNossaHistória
#Eládio Eterno
#Desde1918
#NAT
#CNC
#CTN

 

terça-feira, 9 de agosto de 2016

A Olimpíada e o legado existencial

Náutico deveria continuar a incentivar prática de modalidades que o destacaram no Brasil e no mundo  

Clube de regatas de origem, o Náutico precisa resgatar a tradição de agremiação sócio-esportiva com vocação para várias modalidades
Os Jogos Olímpicos do Rio 2016 me trazem à tona uma comparação necessária com o legado olímpico desenvolvido pelo ex-diretor do Náutico, Bira Tavares, e equipe. Em dois anos, em 2014-2015, o Clube fomentou 40 modalidades. A rigor, 17 eram olímpicas.


Após sete meses da atual gestão, o Clube teve uma encolhida considerável nas modalidades. Hoje são 16, sendo nove delas olímpicas.


Mas, você deve estar se perguntando: “Qual a razão desta colocação?”. Simples, eu respondo: A projeção do nome do Náutico passa, e muito, por esse viés.


O Clube Náutico Capibaribe foi fundado em 7 de abril de 1901, como um clube de regatas. O par de remos, destaque do nosso escudo, simboliza a modalidade que nos trouxe à cena esportiva. Mas este legado tem sido negligenciado ao longo de décadas.


Como diria o treinador de remo do Náutico, Juca Borges, é uma tendência nacional. “A sustentação da modalidade é de muito sacrifício para quem a pratica e pouco incentivo da parte de quem a comanda”, sentenciou o experiente profissional.  


Para quem ainda não seu deu conta, a divulgação do nome do Clube também é reverberado nos quatro cantos do mundo. Em outras palavras, isso é marketing espontâneo. Aliás, quando bem explorado, também gera receita e atrai novos adeptos.


A prática esportiva por intermédio de escolinhas fomentadas no Clube movimenta a vida social do Náutico. Como consequência, incentiva a adesão de associados e forma novos torcedores. A oxigenação ocorre de maneira natural.   


Quem não lembra ou sabe, o Náutico foi inúmeras vezes campeão de natação. Revelou atletas como a nadadora Adriana Salazar, que brilhou nos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988. A própria Joanna Maranhão, que ficou entre as finalistas agora, no Rio 2016, um dia já defendeu as nossas cores.

Recentemente, o ultramaratonista Eduardo Neves bateu o recorde como o pernambucano que mais vezes esteve na Comrades Marathon, na África do Sul. A bandeira do Náutico estava lá.


Do futsal eneacampeão pernambucano. Único pernambucano campeão brasileiro de clubes, em 1976.


Do voleibol, do basquete. E tantas outras modalidades em que o orgulho de exibir o vermelho e branco foram destaques pelo Brasil afora.


Na sua grande massa de torcedores, o futebol domina a cena. Este fato é indiscutível. Porém, nem só do esporte bretão vive um clube sócio-esportivo.


Se assim o fosse, não haveria dirigentes nem modalidades afins no Náutico. Muito menos a estrutura sócio-esportiva como quadras e parque aquático em plena atividade.


Até mesmo a valorização do patrimônio alvirrubro mais emblemático, o Estádio Eládio de Barros Carvalho, está atrelada a esta realidade. O multiuso daquele equipamento, desde 2014, com modalidades como  futebol americano e beisebol, por exemplo, são a prova de que a intersecção está contida no conjunto da obra.


Enfim, é preciso pensar um clube com atividades múltiplas. Que contemple não apenas o futebol, mas também modalidades que formem atletas e cidadãos para o mundo. Com o coração solidário à sua escola esportiva, ou seja, o clube que o acolheu.


Sejamos plenamente Náutico, sempre!  

   

 

sábado, 6 de agosto de 2016

Dezenove decisões e um objetivo: ascender à Série A!

Náutico terá que manter aproveitamento nos jogos em Pernambuco e melhorar fora


Única vitória do Náutico fora de Pernambuco na Série B até aqui foi contra o Paysandu. Time precisa melhorar neste ítem. Foto: Antônio Cícero Conteúdo
O Náutico completou os primeiros 19 jogos do Campeonato Brasileiro da Série B. Após fecharmos a metade da competição na 6ª colocação com 28 pontos e oito vitórias, é possível projetarmos uma possibilidade de acesso do Timbu à Série A em 2017.


Em meio às várias opiniões sobre o acesso, muitas são favoráveis. Outras, que está muito difícil de se conquistar o objetivo maior do Timbu na temporada.  Para melhor entendermos nossas chances, projetamos 64 pontos como meta necessária para ficarmos entre os quatro melhores colocados na competição.


Numa análise fria, vamos aos números para melhor entendermos nossa situação:


Time Pontuação conquistada nos jogos de idaPercentual de pontos conquistados nos jogos de idaPontuação necessárias nos jogos de volta para atingir 64 pontosPercentual necessário para atingir 64 pontos nos jogos de volta

Vasco39 68%2544%
Ceará3561%3051%
CRB3358%3154%
Atlético-GO3256%3256%
Brasil-RS3053%3459%
NÁUTICO2849%3663%
Londrina-PR2849%3663%
Criciúma-SC2646%3866%
Paraná2646%3866%
Vila Nova-GO2544%3968%
Oeste-SP2544%3968%
Paysandu2544%3968%
Bahia2442%4070%
Luverdense-MT2442%4070%
Avaí-SC2340%4172%


Ao analisar esses números, conseguimos observar que os primeiros quatro colocados, após 19 jogos, estão com desempenho destacado em relação aos outros times. Isto é um problema porque essas equipes passam a ter uma margem de segurança. Com isso, dificultam nosso caminho em relação ao objetivo.


Então, precisaremos fazer 63% dos pontos a conquistar. Nosso desempenho nos jogos em São Lourenço da Mata - e apenas um no Arrida -, é muito bom. Mas, em contrapartida, fora de Pernambuco temos sido um visitante muito inexpressivo. Precisamos melhorar o desempenho exatamente nos jogos fora do estado.


Como mandante, o Náutico somou 22 dos 27 pontos possíveis, o que nos confere 81% de aproveitamento. Excepcional! Projetando esse desempenho para os jogos de volta (o que não é fácil pelo aumento da competitividade do returno) faríamos 24 pontos, ou seja, necessitaria então de mais 12 para atingir os 36 necessários.


Neste caso, precisamos de 12 pontos fora de Pernambuco, ou seja, seis pontos a mais que os seis que conquistamos como visitantes.


Em números, fizemos seis pontos de 30 disputados fora de Pernambuco, perfazendo um aproveitamento de 20%. Ridículo! Precisamos melhorar e evoluir esse desempenho para 44%. Esta é a análise.

Em suma, é preciso o Timbu manter o excepcional desempenho nos jogos na Arena de Pernambuco (ou Arruda ou aonde quer que seja), e mais que duplicar o desempenho fora. É possível? É. É difícil? É.


Porém, nos resta acreditar e cobrar que certos erros não mais aconteçam. Que não percamos mais peças importantes, e que se pare de contratar de qualquer forma. Que nosso treinador deixe de insistir em peças que não rendem e que seja mais eficiente nas suas substituições. Se isto acontecer nossas chances ficam mais claras.


É apoiar, cobrando! Porque, só cobrar, não “joga junto”. Mas, só torcer, é omissão...


Saudações alvirrubras!

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Náutico perde remadora campeã brasileira de Remo para o Sport

Após quatro anos no Clube, atleta se disse "desprestigiada" pelos dirigentes alvirrubros

Remadoras alvirrubras entraram para a história do Clube, mas deixaram-no por "negligência" de diretores. Foto: Divulgação
Duas ex-remadoras do Náutico, ambas campeãs brasileiras em 2015, deixaram o Clube por “negligência” do atual diretor da modalidade. Após quatro anos de Clube, a recifense Leandra Carla (Boda), ex-juvenil e atual Sub 23, trocou o Náutico pelo Sport. O motivo alegado pela atleta: insatisfação com a atual diretoria. Após 10 dias da realização da 2ª regata do Pernambucano, ela foi procurar a Ilha do Retiro.


“O que me fez desistir de continuar no Náutico foi que passei mais de dois meses pedindo um ofício para comprovar a minha filiação com o Clube, para poder ganhar uma bolsa-atleta. Além de demorar, me entregaram errado. Isso quase me prejudica. Então, fui conversar com o treinador do Sport e fui aceita. Em dois dias eu consegui a documentação”, revela.


Também ex-juvenil B e atual Sub 23, Géssica Santos voltou para Salvador-BA, sua terra natal. Após três anos de Náutico, ela se disse insatisfeita com os descasos da atual diretoria. “Falta comunicação entre as partes”, acusa Lula Melo, ex-gestor de Remo do Náutico no biênio 2014/2015.


Ele conta que, sem incentivos como a ajuda de custos e, posteriormente, auxílio-alimentação, a ex-remadora alvirrubra morava na garagem de Remo do Náutico, na Rua da Aurora, bairro de Santo Amaro, área central do Recife. “A situação dela ficou insustentável, pois não tinha mais as verbas para continuar a remar pelo Náutico”, enfatiza Lula Melo.


Leandra Carla diz que gostaria de continuar no Náutico. “Mas os diretores não chegaram junto. A gente dava sangue pelo Clube, mas quando precisamos dos diretores, eles não chegaram junto”, disse, referindo-se ao diretor Berenguer e aos representantes do Náutico na Federação Pernambucana de Remo: Oscar Lins, Paulo Manco e Fernando Oliveira (Jacaré).


“Os únicos que chegaram junto para me ajudar foram Fernando Pinto e o treinador Juca Borges”, elogia Leandra Carla.


Na versão do diretor de Remo do Náutico, Marcos Berenguer, há controvérsias. “Isso não é verdade. A mesma documentação que entregamos a Leandra nós entregamos a Beatriz. Na mesma época que foi entregue a Beatriz, Géssica e Leandra. Ela não deu entrada na documentação específica, que é de responsabilidade da atleta. O que coube ao Náutico, foi feito”, defende-se o diretor de Remo do Clube.


Beatriz permanece no Náutico e conseguiu o bolsa-atleta, por intermédio do Ministério dos Esportes, segundo Berenguer.


Já sobre Géssica, o diretor timbu diz não saber sobre as ajudas de custo. “Não me consta nada sobre essa ajuda de custo que era dada no passado.”


Em relação à virada de casaca de Leandra Carla, Marcos Berenguer afirma que “ela está em negociação com o Sport”. “Depois, a Federação Pernambucana de Remo ainda não comunicou nada sobre o assunto ao Náutico”, argumenta.  


CURRÍCULO DA EX-ATLETA DO NÁUTICO

Leandra Carla (Boda)


Campeã brasileira 2015 no Dois Sem Aberto
Campeã pernambucana 2014
Campeã da Copa Norte 2013 Junior
Skiff e Four skiff

Veja a matéria no site oficial do Náutico:
http://www.nautico-pe.com.br/noticias/1476/remo-nautico-conquista-medalhas-ineditas-no 


TRAIÇÃO


“Quando Marcos Freitas queria ser candidato, ele procurou a gente para apoiar a sua candidatura. Nos convidou para ir ao lançamento da sua chapa, no Spettus. Na ocasião, fez elogios à minha pessoa. Mas, depois de eleito, ele virou as costas. Em janeiro, quando retornei de viagem do exterior, já encontrei um ‘cabra’ no meu lugar”, acusa Lula Melo.


Segundo Lula Melo, o diretor de Remo do Náutico, Marcos Berenguer, convidou dois “ex-remadores do Sport” para serem representantes do Náutico na Federação Pernambucana de Remo. Inclusive, os “rubro-negros” sequer seriam sócios do Clube.


Porém, os “leoninos” Paulo Manco e Fernando Mamulengo deixaram a atividade de lado e alegaram falta de tempo para se dedicar ao Náutico.


De acordo com Lula Melo, o Náutico está sem equipe este ano. Nas duas primeiras regatas pelo Campeonato Pernambucano, o Timbu perdeu ambas para o arquirrival, de forma arrasadora. Na regata de abertura, em abril, 8 a 1 para os rivais. Na segunda, em julho, nova derrota: 7 a 2.


Lula conta que, no ritmo de treino normal da modalidade, apenas um remador está indo remar duas vezes por dia, de terça a domingo. “Os outros quatro remadores vão treinar quando querem”, acusa Lula Melo.


Para o diretor de Remo do Náutico, Marcos Berenguer, a acusação não procede. “Fernando Mamulengo disputou um Brasileiro e um Sul-Americano de Remo Master pelo Náutico, em 2015, no Skiff e no Dois Sem. Já Paulo (Manco) é carioca e remou no Náutico. Não me consta que sejam torcedores do Sport. Inclusive, Paulo se afastou da atividade no Clube por razões pessoais”, rebate o diretor alvirrubro.


Segundo Marcos Berenguer, o Náutico tinha cinco representantes na Federação Pernambucana de Remo, mas agora são quatro: Oscar Lins, Fernando Mamulengo, Fernando Jacaré e ele mesmo.


Sobre disputar a competição, mesmo sem time, Berenguer justifica que quando assumiu o cargo, já encontrou a difícil situação da modalidade. “Em 15 de fevereiro, quando cheguei no Náutico, encontrei quatro remadores,  Bruno e três remadoras: Beatriz, Leandra e Géssica”, relembra.


Marcos explica que a definição sobre o calendário de disputa do Pernambucano de Remo foi decidida numa Assembleia Geral realizada na sede da Federação Pernambucana de Remo há dois anos, quando ficou definido sobre os calendários para o biênio 2015/2016.


“Se a gente não entrasse no campeonato, não haveria disputa. O Náutico disse que gostaria de começar no 2º semestre. Já o Sport, no 1º semestre. Então, o voto minerva foi dado pela federação, que definiu pelo início da competição em abril”.


Berenguer informa que, ao término desta temporada, haverá a Assembleia Geral na Federação Pernambucana de Remo para a definição do calendário do biênio 2017/2018.  


A respeito das regatas, Marcos informa que na primeira regata, dos 9 páreos, o Náutico só concorreu em 4: Skiff Peso Leve; Quatro Sem Master, Dois Sem feminino e Four Skiff feminino, que por sinal rendeu a única vitória, na avassaladora derrota por 8 a 1 para os arquirrivais.


Já na segunda regata, dos 9 páreos, novamente o Náutico só esteve em 4: Skiff Peso Leve masculino (venceu), Four Master masculino (venceu), Quatro Sem Junior (masculino) e Oito Com. O resultado foi menos ruim e o Timbu amargou nova derrota, desta feita por 7 a 2.


JUCA BORGES: “O IDEAL SERIA COMEÇARMOS O CAMPEONATO NO 2º SEMESTRE DO ANO”


A opinião de Lula Melo é corroborada pelo trenador de Remo do Náutico. Para Juca Borges, a equipe alvirrubra está esfacelada. “O ideal seria realizar o campeonato após a Olimpíada, pois estamos tentando remontar o time. A Federação Pernambucana de Remo já havia aceitado antes. Já houve campeonato pernambucano realizado em 30 dias. Então, por quê não poderia haver isso nesta temporada?”, defende Borges.


Juca explica que gostaria de poder recompor a equipe para ter competitividade. “Mas os dirigentes do Náutico acharam por bem estar na competição deste ano. Queríamos um tempo. A nova gestão entrou há seis meses e está reestruturando a garagem de Remo, com pintura de toda a estrutura. O estaleiro, por exemplo, não era pintado desde 1978. A garagem está se estruturando para o futuro”, enfatiza Juca Borges.


Estaleiro alvirrubro recebeu reformas de pintura e manutenção, inclusive, na parte elétrica. Foto: José Gomes Neto/CTN
No estaleiro são feitos barcos e reparos nos que precisam.


Ainda de acordo com Juca Borges, a próxima regata estava prevista para agosto. Mas foi adiada para 11 de setembro.


Ao todo, cinco regatas são realizadas durante o Campeonato Pernambucano de Remo.


A 3ª regata terá 9 provas, enquanto a 4ª e 5ª regatas terão 10 provas, cada uma.



MELHORIAS


Reformas de manutenção e pintura foram feitas na garagem de Remo do Náutico. Foto: José Gomes Neto/CTN
O diretor Marcos Berenguer aproveitou o ensejo para comunicar aos sócios e torcedores do Náutico que o Remo deve apresentar melhorias significativas.


Uma pendência que atrapalha demais a vida dos remadores é o acesso ao Rio Capibaribe. “Estamos trabalhando junto a algumas instituições, como prefeitura do Recife e governo do estado para tentar até o final de agosto conseguir melhorar o acesso à água. As dificuldades são muitas, mas não estamos nos acovardando para enfrentá-las”, promete Marcos Berenguer.


O Remo vive na base do sacrifício e contribuição dos alvirrubros que ou praticam ou gostam da modalidade que fundou o Clube Náutico Capibaribe.

“Estamos sobrevivendo graças ao Conselho Deliberativo do Náutico, que ajuda mensalmente com R$ 2,5 mil a R$ 3 mil. Desde total, tiramos todas as despesas internas e a taxa de federação. Ainda tem ‘abnegados’ que são atletas do Master que contribuem conosco”, destaca Berenguer.