terça-feira, 9 de agosto de 2016

A Olimpíada e o legado existencial

Náutico deveria continuar a incentivar prática de modalidades que o destacaram no Brasil e no mundo  

Clube de regatas de origem, o Náutico precisa resgatar a tradição de agremiação sócio-esportiva com vocação para várias modalidades
Os Jogos Olímpicos do Rio 2016 me trazem à tona uma comparação necessária com o legado olímpico desenvolvido pelo ex-diretor do Náutico, Bira Tavares, e equipe. Em dois anos, em 2014-2015, o Clube fomentou 40 modalidades. A rigor, 17 eram olímpicas.


Após sete meses da atual gestão, o Clube teve uma encolhida considerável nas modalidades. Hoje são 16, sendo nove delas olímpicas.


Mas, você deve estar se perguntando: “Qual a razão desta colocação?”. Simples, eu respondo: A projeção do nome do Náutico passa, e muito, por esse viés.


O Clube Náutico Capibaribe foi fundado em 7 de abril de 1901, como um clube de regatas. O par de remos, destaque do nosso escudo, simboliza a modalidade que nos trouxe à cena esportiva. Mas este legado tem sido negligenciado ao longo de décadas.


Como diria o treinador de remo do Náutico, Juca Borges, é uma tendência nacional. “A sustentação da modalidade é de muito sacrifício para quem a pratica e pouco incentivo da parte de quem a comanda”, sentenciou o experiente profissional.  


Para quem ainda não seu deu conta, a divulgação do nome do Clube também é reverberado nos quatro cantos do mundo. Em outras palavras, isso é marketing espontâneo. Aliás, quando bem explorado, também gera receita e atrai novos adeptos.


A prática esportiva por intermédio de escolinhas fomentadas no Clube movimenta a vida social do Náutico. Como consequência, incentiva a adesão de associados e forma novos torcedores. A oxigenação ocorre de maneira natural.   


Quem não lembra ou sabe, o Náutico foi inúmeras vezes campeão de natação. Revelou atletas como a nadadora Adriana Salazar, que brilhou nos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988. A própria Joanna Maranhão, que ficou entre as finalistas agora, no Rio 2016, um dia já defendeu as nossas cores.

Recentemente, o ultramaratonista Eduardo Neves bateu o recorde como o pernambucano que mais vezes esteve na Comrades Marathon, na África do Sul. A bandeira do Náutico estava lá.


Do futsal eneacampeão pernambucano. Único pernambucano campeão brasileiro de clubes, em 1976.


Do voleibol, do basquete. E tantas outras modalidades em que o orgulho de exibir o vermelho e branco foram destaques pelo Brasil afora.


Na sua grande massa de torcedores, o futebol domina a cena. Este fato é indiscutível. Porém, nem só do esporte bretão vive um clube sócio-esportivo.


Se assim o fosse, não haveria dirigentes nem modalidades afins no Náutico. Muito menos a estrutura sócio-esportiva como quadras e parque aquático em plena atividade.


Até mesmo a valorização do patrimônio alvirrubro mais emblemático, o Estádio Eládio de Barros Carvalho, está atrelada a esta realidade. O multiuso daquele equipamento, desde 2014, com modalidades como  futebol americano e beisebol, por exemplo, são a prova de que a intersecção está contida no conjunto da obra.


Enfim, é preciso pensar um clube com atividades múltiplas. Que contemple não apenas o futebol, mas também modalidades que formem atletas e cidadãos para o mundo. Com o coração solidário à sua escola esportiva, ou seja, o clube que o acolheu.


Sejamos plenamente Náutico, sempre!  

   

 

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