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Remadoras alvirrubras entraram para a história do Clube, mas deixaram-no por "negligência" de diretores. Foto: Divulgação |
Duas ex-remadoras do Náutico, ambas campeãs brasileiras em 2015, deixaram o Clube por “negligência” do atual diretor da modalidade. Após quatro anos de Clube, a recifense Leandra Carla (Boda), ex-juvenil e atual Sub 23, trocou o Náutico pelo Sport. O motivo alegado pela atleta: insatisfação com a atual diretoria. Após 10 dias da realização da 2ª regata do Pernambucano, ela foi procurar a Ilha do Retiro.
“O que me fez desistir de continuar no Náutico foi que passei mais de dois meses pedindo um ofício para comprovar a minha filiação com o Clube, para poder ganhar uma bolsa-atleta. Além de demorar, me entregaram errado. Isso quase me prejudica. Então, fui conversar com o treinador do Sport e fui aceita. Em dois dias eu consegui a documentação”, revela.
Também ex-juvenil B e atual Sub 23, Géssica Santos voltou para Salvador-BA, sua terra natal. Após três anos de Náutico, ela se disse insatisfeita com os descasos da atual diretoria. “Falta comunicação entre as partes”, acusa Lula Melo, ex-gestor de Remo do Náutico no biênio 2014/2015.
Ele conta que, sem incentivos como a ajuda de custos e, posteriormente, auxílio-alimentação, a ex-remadora alvirrubra morava na garagem de Remo do Náutico, na Rua da Aurora, bairro de Santo Amaro, área central do Recife. “A situação dela ficou insustentável, pois não tinha mais as verbas para continuar a remar pelo Náutico”, enfatiza Lula Melo.
Leandra Carla diz que gostaria de continuar no Náutico. “Mas os diretores não chegaram junto. A gente dava sangue pelo Clube, mas quando precisamos dos diretores, eles não chegaram junto”, disse, referindo-se ao diretor Berenguer e aos representantes do Náutico na Federação Pernambucana de Remo: Oscar Lins, Paulo Manco e Fernando Oliveira (Jacaré).
“Os únicos que chegaram junto para me ajudar foram Fernando Pinto e o treinador Juca Borges”, elogia Leandra Carla.
Na versão do diretor de Remo do Náutico, Marcos Berenguer, há controvérsias. “Isso não é verdade. A mesma documentação que entregamos a Leandra nós entregamos a Beatriz. Na mesma época que foi entregue a Beatriz, Géssica e Leandra. Ela não deu entrada na documentação específica, que é de responsabilidade da atleta. O que coube ao Náutico, foi feito”, defende-se o diretor de Remo do Clube.
Beatriz permanece no Náutico e conseguiu o bolsa-atleta, por intermédio do Ministério dos Esportes, segundo Berenguer.
Já sobre Géssica, o diretor timbu diz não saber sobre as ajudas de custo. “Não me consta nada sobre essa ajuda de custo que era dada no passado.”
Em relação à virada de casaca de Leandra Carla, Marcos Berenguer afirma que “ela está em negociação com o Sport”. “Depois, a Federação Pernambucana de Remo ainda não comunicou nada sobre o assunto ao Náutico”, argumenta.
CURRÍCULO DA EX-ATLETA DO NÁUTICO
Leandra Carla (Boda)
Campeã brasileira 2015 no Dois Sem Aberto
Campeã pernambucana 2014
Campeã da Copa Norte 2013 Junior
Skiff e Four skiff
Veja a matéria no site oficial do Náutico:
http://www.nautico-pe.com.br/noticias/1476/remo-nautico-conquista-medalhas-ineditas-no
Veja a matéria no site oficial do Náutico:
http://www.nautico-pe.com.br/noticias/1476/remo-nautico-conquista-medalhas-ineditas-no
TRAIÇÃO
“Quando Marcos Freitas queria ser candidato, ele procurou a gente para apoiar a sua candidatura. Nos convidou para ir ao lançamento da sua chapa, no Spettus. Na ocasião, fez elogios à minha pessoa. Mas, depois de eleito, ele virou as costas. Em janeiro, quando retornei de viagem do exterior, já encontrei um ‘cabra’ no meu lugar”, acusa Lula Melo.
Segundo Lula Melo, o diretor de Remo do Náutico, Marcos Berenguer, convidou dois “ex-remadores do Sport” para serem representantes do Náutico na Federação Pernambucana de Remo. Inclusive, os “rubro-negros” sequer seriam sócios do Clube.
Porém, os “leoninos” Paulo Manco e Fernando Mamulengo deixaram a atividade de lado e alegaram falta de tempo para se dedicar ao Náutico.
De acordo com Lula Melo, o Náutico está sem equipe este ano. Nas duas primeiras regatas pelo Campeonato Pernambucano, o Timbu perdeu ambas para o arquirrival, de forma arrasadora. Na regata de abertura, em abril, 8 a 1 para os rivais. Na segunda, em julho, nova derrota: 7 a 2.
Lula conta que, no ritmo de treino normal da modalidade, apenas um remador está indo remar duas vezes por dia, de terça a domingo. “Os outros quatro remadores vão treinar quando querem”, acusa Lula Melo.
Para o diretor de Remo do Náutico, Marcos Berenguer, a acusação não procede. “Fernando Mamulengo disputou um Brasileiro e um Sul-Americano de Remo Master pelo Náutico, em 2015, no Skiff e no Dois Sem. Já Paulo (Manco) é carioca e remou no Náutico. Não me consta que sejam torcedores do Sport. Inclusive, Paulo se afastou da atividade no Clube por razões pessoais”, rebate o diretor alvirrubro.
Segundo Marcos Berenguer, o Náutico tinha cinco representantes na Federação Pernambucana de Remo, mas agora são quatro: Oscar Lins, Fernando Mamulengo, Fernando Jacaré e ele mesmo.
Sobre disputar a competição, mesmo sem time, Berenguer justifica que quando assumiu o cargo, já encontrou a difícil situação da modalidade. “Em 15 de fevereiro, quando cheguei no Náutico, encontrei quatro remadores, Bruno e três remadoras: Beatriz, Leandra e Géssica”, relembra.
Marcos explica que a definição sobre o calendário de disputa do Pernambucano de Remo foi decidida numa Assembleia Geral realizada na sede da Federação Pernambucana de Remo há dois anos, quando ficou definido sobre os calendários para o biênio 2015/2016.
“Se a gente não entrasse no campeonato, não haveria disputa. O Náutico disse que gostaria de começar no 2º semestre. Já o Sport, no 1º semestre. Então, o voto minerva foi dado pela federação, que definiu pelo início da competição em abril”.
Berenguer informa que, ao término desta temporada, haverá a Assembleia Geral na Federação Pernambucana de Remo para a definição do calendário do biênio 2017/2018.
A respeito das regatas, Marcos informa que na primeira regata, dos 9 páreos, o Náutico só concorreu em 4: Skiff Peso Leve; Quatro Sem Master, Dois Sem feminino e Four Skiff feminino, que por sinal rendeu a única vitória, na avassaladora derrota por 8 a 1 para os arquirrivais.
Já na segunda regata, dos 9 páreos, novamente o Náutico só esteve em 4: Skiff Peso Leve masculino (venceu), Four Master masculino (venceu), Quatro Sem Junior (masculino) e Oito Com. O resultado foi menos ruim e o Timbu amargou nova derrota, desta feita por 7 a 2.
JUCA BORGES: “O IDEAL SERIA COMEÇARMOS O CAMPEONATO NO 2º SEMESTRE DO ANO”
A opinião de Lula Melo é corroborada pelo trenador de Remo do Náutico. Para Juca Borges, a equipe alvirrubra está esfacelada. “O ideal seria realizar o campeonato após a Olimpíada, pois estamos tentando remontar o time. A Federação Pernambucana de Remo já havia aceitado antes. Já houve campeonato pernambucano realizado em 30 dias. Então, por quê não poderia haver isso nesta temporada?”, defende Borges.
Juca explica que gostaria de poder recompor a equipe para ter competitividade. “Mas os dirigentes do Náutico acharam por bem estar na competição deste ano. Queríamos um tempo. A nova gestão entrou há seis meses e está reestruturando a garagem de Remo, com pintura de toda a estrutura. O estaleiro, por exemplo, não era pintado desde 1978. A garagem está se estruturando para o futuro”, enfatiza Juca Borges.
Estaleiro alvirrubro recebeu reformas de pintura e manutenção, inclusive, na parte elétrica. Foto: José Gomes Neto/CTN |
No estaleiro são feitos barcos e reparos nos que precisam.
Ainda de acordo com Juca Borges, a próxima regata estava prevista para agosto. Mas foi adiada para 11 de setembro.
Ao todo, cinco regatas são realizadas durante o Campeonato Pernambucano de Remo.
A 3ª regata terá 9 provas, enquanto a 4ª e 5ª regatas terão 10 provas, cada uma.
MELHORIAS
Reformas de manutenção e pintura foram feitas na garagem de Remo do Náutico. Foto: José Gomes Neto/CTN |
O diretor Marcos Berenguer aproveitou o ensejo para comunicar aos sócios e torcedores do Náutico que o Remo deve apresentar melhorias significativas.
Uma pendência que atrapalha demais a vida dos remadores é o acesso ao Rio Capibaribe. “Estamos trabalhando junto a algumas instituições, como prefeitura do Recife e governo do estado para tentar até o final de agosto conseguir melhorar o acesso à água. As dificuldades são muitas, mas não estamos nos acovardando para enfrentá-las”, promete Marcos Berenguer.
O Remo vive na base do sacrifício e contribuição dos alvirrubros que ou praticam ou gostam da modalidade que fundou o Clube Náutico Capibaribe.
“Estamos sobrevivendo graças ao Conselho Deliberativo do Náutico, que ajuda mensalmente com R$ 2,5 mil a R$ 3 mil. Desde total, tiramos todas as despesas internas e a taxa de federação. Ainda tem ‘abnegados’ que são atletas do Master que contribuem conosco”, destaca Berenguer.
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