“Jogando junto”? De quem?

O desencontro entre as partes lembra um cabo de guerra

Não é só criar um jargão para tudo se resolver. É preciso que a ação corresponda ao que a publicidade vende.

No Náutico as coisas não estão casando. A diretoria de Marketing criou a campanha “Jogando Junto” para aproximar o torcedor da gestão. Até aí tudo normal, é o Marketing fazendo a sua parte, um básico café com leite. 

Mas, o que a direção está fazendo para aproximar a torcida, já desgastada por precisar viajar para São Lourenço da Mata para ver seu time jogar? Uma torcida que há tempos vê seu clube se distanciando dela?

O Náutico joga hoje na Arena Pernambuco mais uma vez. Às 21h30 de uma sexta-feira, sem transporte público pra voltar pra casa. Time e torcida ainda não se mesclaram, não se identificaram. Uma vitória apenas nesse campeonato também não estimula. Ou seja, mais uma vez, espera-se a presença de poucos torcedores. Nessa situação, o clube deveria estar se esforçando para facilitar a vida dos torcedores e garantir mais públicos. Mas...

Tem o preço dos ingressos. Os valores de R$ 25 e R$ 50 por um jogo desses é covardia. Só para efeito de comparação: Sport e Corinthians se enfrentam domingo na Ilha do Retiro. Jogo da Série A. Sabe o preço? R$ 10 e R$ 20. Precisa dizer mais nada.

Aí resta ainda falar sobre o “plus” de mancadas deste jogo de hoje. Não teve divulgação no site do Náutico ou mesmo no da Arena sobre a venda de ingressos. O problema foi “corrigido” ontem, véspera do jogo, após reclamações nas redes sociais. A diretoria de Marketing resolveu que as informações estariam disponíveis apenas para quem baixasse o novo aplicativo do Náutico. Isso mesmo: o Marketing teve a genial ideia de promover seu aplicativo obrigando a torcida a baixá-lo para que pudesse ter informações sobre o seu time. MA-RA-VI-LHA, não?

E depois querem que a gente esteja de boa vontade e sem reclamar #JogandoJunto

Haja absurdo...