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Os Aflitos não é apenas um estádio, mas parte do patrimônio histórico do Náutico |
“A la ursa quer dinheiro, quem não der é pirangueiro!”. Os mais experientes vão lembrar deste jargão proferido por membros de blocos carnavalescos de bairros.
A La Ursa é parte da tradição carnavalesca pernambucana e consiste num personagem fantasiado de urso que pede dinheiro aos transeuntes para financiar a folia. Ele é acompanhado por batuqueiros com instrumentos simples, como lata, por exemplo.
Pois bem, esta ação espontânea faz parte de uma brincadeira tradicional do Carnaval de Pernambuco. Mas os dirigentes do Náutico parecem ter se inspirado nesta tradição para angariar verba para a reforma dos Aflitos.
Desde o início do ano que a gestão improvisou o envio de um boleto agregado à mensalidade de sócios para que fossem doadas contribuições espontâneas para este e outros destinos.
Site oficial do Náutico: http://www.nautico-pe.com.br/noticias/1933/nota-de-agradecimento
Ora, contribuição via boleto não é uma captação de renda perene. Ao contrário. Além de depender da boa vontade de alguns, essa atitude vai de encontro a uma campanha de fato. A captação de recursos requer uma ação sistemática, direta e objetiva.
Ação paliativa de doações espontâneas não resolve. Aliás, expõe a instituição e afugenta possíveis parceiros que queiram de fato, e de maneira perene, contribuir para um processo perene. Com uma sistemática de arrecadação e trabalho consistentes.
Qual o patrocinador que vai querer associar a sua imagem a um clube que está de pires nas mãos?
É preciso contar com a expertise de empresas especializadas neste ramo. Não se pode abdicar de ações consistentes de marketing. Viabilizar um projeto passa por critérios que vão além de uma simples colaboração espontânea de sócios.
E mais. Por que não abranger todos os torcedores do Náutico? A hora é de agregar valor. Neste momento, todos são importantes e fazem a diferença a favor do Clube.
Chega de improvisações e má vontade. É hora de agir e o momento é agora. A cada dia fica mais difícil acreditar que os atuais dirigentes alvirrubros querem, de fato e de verdade, voltar aos Aflitos.
A decisão da diretoria de futebol divulgada nesta quinta (30), em levar “99% dos jogos do Náutico para a Arena” é um sinal claro de que o adiamento está colocado.
Mas, até quando?
ORIGEM DA LA URSA
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Improvisar não é planejar. O marketing precisa ser criativo e operante |
De acordo com o historiador Walmiré Dimerón, a tradição vem dos ciganos da Idade Média, na Europa. Quando chegou ao Brasil foi adaptada para os nossos costumes.
“Esses ciganos saíam pelas ruas em busca de dinheiro para sobreviver. Era uma forma muito criativa e espontânea de efetivar esse intento. Então, eles chegam até o Brasil e curiosamente no Nordeste eles encontram um campo muito fértil para sua proliferação. É um folguedo muito alegre e, talvez seja a primeira manifestação do folião. É um folguedo de fácil execução, se constitui de no máximo cinco pessoas. A vestimenta é fácil de fazer, geralmente de material reciclável. Daí se dá a abundância da La Ursa em Pernambuco”, conta o historiador.
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