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Ex-técnico do Náutico, Paulo Matos lamentou interrupção do projeto no clube |
Quando a atual gestão assumiu em janeiro, havia uma expectativa de que a diretoria de Esportes Amadores e Olímpicos do Náutico continuasse o exitoso trabalho desenvolvido pela anterior. Aliás, o presidente executivo licenciado Marcos Freitas chegou a sinalizar isso, logo após a sua eleição, em dezembro de 2015.
Porém, o tempo revelou que a teoria, na prática, é bem diferente. Segundo o ex-técnico Paulo Matos, o tênis de mesa do Náutico teve sua dispensa de forma traumática, por parte do diretor de Esportes Amadores, Sérgio Lopes.
Desde o dia 22 de maio que o tênis de mesa do Náutico está desativado. No dia 27 de abril, houve o último treino. E, na última terça-feira, 28 de junho, Paulo Matos entregou o relatório de atividades da modalidade em maões ao diretor Sérgio Lopes. No conteúdo, as participações do Náutico no período de 17 meses, que compreende competições estaduais, regionais e nacionais.
INÍCIO DO FIM
De acordo com o agora ex-técnico da modalidade, Paulo Matos, o aguardo por um comunicado demorou até o final de janeiro, quando ele decidiu procurar o diretor. O motivo era saber se o tênis de mesa permaneceria no clube e se o local de treinos da escolinha e dos atletas permaneceria o mesmo. As atividades aconteciam na entrada principal da sede.
“Mas somente no final de fevereiro foi que o diretor Sérgio Lopes me comunicou que seria dado outro destino ao local onde treinávamos”, conta Paulo Matos.
No início de abril, dia 5, Paulo diz que começou a pintura na área, devido à solenidade de aniversário do Náutico. “Na ocasião, foi feito um levantamento com a direção de Esportes Amadores quando se chegou a conclusão de que seria possível utilizar o espaço do 1º andar, próximo aos camarotes”.
A rotina de treinos e da escolinha continuou em abril, até que, na última semana daquele mês, veio a novidade. “Na última semana de abril fui comunicado de que teria que subir ao 1º andar, nas imediações dos camarotes”, relata Paulo.
Devido ao problema, Matos diz que, na ocasião, foi dado num prazo de 30 dias para que houvesse uma solução. “A ideia era de se fazer uma escada de acesso ao local.”
Inclusive, oito lâmpadas de 100 watts e quatro 250 watts que foram adquiridas e colocadas no local pelos atletas de tênis de mesa, desapareceram. “Os eletricistas da obra não sabiam qual o destino delas. Eles disseram que haviam sido retiradas, mas não sabiam por quem”.
A escolinha de tênis de mesa do Náutico tinha 10 alunos. O que fomentava um ganho de R$ 500, ao mês à diretora de Desportos Amadores.
Já a modalidade contava com 20 atletas participando das competições como o Campeonato Brasileiro Individual e de Duplas, que aconteceu de 17 a 22 de maio (o Náutico competiu com um atleta no masculino). E no domingo, 22 de maio, o Campeonato Pernambucano de Duplas e Equipe, quando o Náutico competiu com uma equipe e duas duplas.
“Fomos praticamente sem treinar no Náutico. A escolinha parou de vez. Os atletas continuaram treinando na Unicap, de favor. O Náutico já estava inscrito no Campeonato Brasileiro e não deixamos de honrar o nome do clube”.
Por fim, Paulo Matos externou a sua frustração em não poder dar continuidade ao trabalho no Náutico. “A sensação é de dever cumprido, mas de certa forma incompleta, por ter um projeto interrompido. Não pude continuar a escalada de aprimoramento de conquistas dos atletas. A escolinha tinha como objetivo, a médio prazo, ter atletas formados no Clube”, concluiu o ex-treinador.
O blog tentou fazer contato com o diretor Sérgio Lopes para saber a sua versão dos fatos desde a sexta-feira (1º), mas sem retorno. Na tarde daquele dia, o diretor alvirrubro não retornou contato feito pelo Whatsapp. Quando ligamos para o Clube, a secretária disse que ele estava em reunião com o pessoal do Remo do Náutico. Hoje pela manhã (domingo, 3), tornamos a fazer contato, mas ele não atendeu a ligação originada por celular.
25 ANOS DEPOIS
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Meta de ex-treinador era de fomentar atletas de tênis de mesa no Náutico |
Em dezembro de 2014, após um contato telefônico com o então vice-presidente executivo do Náutico, Gustavo Ventura (atual presidente do Conselho Deliberativo), Paulo Matos diz que fora convidado a colaborar com o Náutico. “Na condição de alvirrubro que sou e também para resgatar a modalidade no clube, após 25 anos, aceitei retornar ao clube”.
Paulo Matos conta que iniciou a carreira de treinador justamente no Náutico, em 1979, nas escolinhas. Ficou até 1980.
Depois, em contato com o ex-diretor de Esportes Olímpicos e Amadores do Náutico, Bira Tavares, acertou seu retorno ao clube. Em 10 de janeiro de 2015, o ex-treinador alvirrubro levou a estrutura da modalidade para a sede: mesa, separadores, redes, raquetes, bolas e até um mini-robô. “Tudo isso sem nenhum custo ao Náutico”.
Paulo Matos lembra ainda que o pessoal do tênis de mesa pagava do próprio bolso as taxas da Federação Pernambucana de Tênis de Mesa. “Nós mesmos pagamos as taxas de inscrições da federação, de fevereiro a maio de 2015. Os próprios atletas bancaram as taxas.”
Segundo Matos, o clube só teve que começar a bancar as taxas a partir do momento em que houve receita na escolinha, ou seja, em junho de 2015. “Isso foi fruto de um acordo entre o Clube (então representado pelo diretor Bira Tavares), e a minha pessoa, enquanto gestor da modalidade. Em janeiro deste ano, o acordo permaneceu, devido ao recesso”.
Matos explica que as federações cobram mensalidades para que os afiliados participem de atividades e tenham direito ao voto.
No caso do tênis de mesa do Náutico, as taxas de inscrição, que são cobradas por evento (competições), eram pagas pelos próprios atletas.
COMPETIÇÕES
Em 2015, oito competições estaduais, conquistas de medalhas em todas. Com destaque para dois tíiulos estaduais: campeão pernambucano adulto feminino de duplas e campeão pernambucano individual Lady.
Para um clube que raramente ganha título no futebol e precisa urgentemente renovar sua torcida, não valorizar a aproximação da garotada é de uma burrice enooooooooooooooorme.
ResponderExcluirExato! Lamento, e muito, o fato ocorrido. Em especial da forma que foi feito.
ExcluirSaudações alvirrubras!
Sou torcedo e era atleta de tenis de mesa do Nautico.
ResponderExcluirVergonha o que fizeram.
Deixa ver se eu entendi direito...
ResponderExcluirAs mesas, as raquetes, as redes, as bolinhas e o robô eram de propriedade do Professor.
A modalidade era totalmente custeada pelos atletas e pela renda da escolinha.
Os atletas conquistaram diversas medalhas para o clube.
O Náutico nunca deu um tostão para a modalidade.
E o Náutico não arrumou nenhum lugar decente para o povo treinar? Era o mínimo que essa diretoria podia ter feito.
Uma pena... É realmente uma "Diretoria de Amadores".