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As transferências de responsabilidades estão afundando o Náutico na temporada |
Recife, Aflitos, 27 de abril de 2016. O Náutico anuncia Alexandre Gallo como treinador e a torcida vibra.
Seria o grande reforço para conseguirmos o acesso. De cara, consegue classificação para a Copa do Nordeste de 2017. Bom começo.
Gallo recebeu um time montado, que havia conquistado 63 pontos e terminado em 5º lugar na Série B 2015. Mas prefere contratar o próprio time, feito por jovens desconhecidos e imaturos. Gente sua. Diretoria e torcida apoiam, sem nem pensar na viabilidade financeira e técnica disso.
De lá para cá, já foram 14 jogadores: Adalberto, Eduardo, Eurico, Hayner, Hugo, Igor Rabelo, Léo Pereira, Léo Santos, Maylson, Mateus Muller, Taiberson, Tiago Adan, Vinicius e Yuri Mamute. Pode chegar a 15, caso Ávine assine contrato.
Time seu, apoio da torcida, rapidamente Alexandre Gallo engoliu a diretoria de futebol, ditando regras. Negociações, definições de mando de campo, afastamentos de jogadores, foram apenas alguns assuntos de diretoria que o “treinador Primeiro-Ministro” absorveu. A diretoria apenas dizendo “amém".
Campeonato Brasileiro. Após um começo ruim conseguimos uma sequência de bons resultados que empolgou a torcida. “Recuperamos nosso DNA ofensivo”; “Nossos adversários temem o esquema de Gallo”; “Com um treinador de Série A vamos para a Série A”.
Aí ocorreu o mesmo que em 2012, na outra passagem de Gallo pelo Náutico: vitória só em Pernambuco. Ganhamos apenas uma partida fora de Pernambuco nos jogos de ida. Saímos do G4.
Surgem os primeiros questionamentos, mas... Gallo estava no comando!
São Lourenço da Mata, sábado, 20 de agosto. Em campo, Náutico x Criciúma. Perdemos jogando muito mal. Time desorganizado, afobado, parecia time de pelada. Como aceitar que um time que já teve atacantes como Kuki, Kieza, Felipe, Acosta, Gilmar, Nivaldo, Bizu, Mirandinha, só para citar nomes mais recentes, jogar em função de Rony? Isso mesmo, após um período de treinamento de quase 20 dias, nossa única jogada era a ligação direta para Rony!
Depois de uma vitória fora de Pernambuco contra o Vila Nova voltam as esperanças, mas vem o Londrina e a confiança desaparece. Como resolver? O “Primeiro-Ministro” Gallo parte para a guilhotina: o goleiro Júlio César e o zagueiro Rafael Pereira vão para o banco. O atacante Bergson e nosso volante João Ananias nem viajam para São Luís.
E eis que conseguimos a proeza de perder para o lanterna da competição com direito a dois pênaltis bisonhos, e levar quatro gols de um time que tinha feito 13 em 22 jogos. E aí?
E aí que onde não tem quem mande não tem quem obedeça. Gallo faz o que quer, não sabemos se por pura incompetência da diretoria ou por preguiça mesmo, já que só temos notícia da diretoria nas vitórias ou segurando camisa na apresentação de novos contratados.
Ora, profissionais só têm compromisso com o Clube enquanto estão contratados. Os diretores não. Esses precisam ter compromisso verdadeiro e permanente com o Náutico, são responsáveis por nortear o trabalho dos profissionais. Por isso precisam ter conhecimento de futebol, inclusive para questionar um treinador em suas estratégias, escalações ou mesmo indicações. Diretores que se subordinam a treinador não são capacitados para o cargo.
Nosso risco agora deixou de ser apenas não subir. Faltam 15 jogos. Para subir precisamos de 11 vitórias. É bom ganhar logo ao menos cinco e não correr risco de um desastre.
Esse é o retrato de nosso futebol hoje, uma diretoria que só fala nas escassas vitórias e um treinador que quando perde joga a culpa nos outros.
Depois de tantos erros, a culpa é do juiz. Quem quiser que caia nessa.
Saudações alvirrubras!
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